Ainda há sexo fraco?
Do mundo dito civilizado não nos chegam apenas más notícias. Contrariando uma tendência multissecular instituída pelos credos religiosos monoteistas predominantes (judaismo, cristianismo e islamismo) - grandes responsáveis pela difusão e assimilação cultural de valores patriarcais -, temos assistido a uma inversão do papel da mulher: não só a igualdade de género é cada vez mais um direito inquestionável e inalienável, consagrado juridicamente e testemunhado pela história contemporânea que regista uma progressiva emancipação feminina, como com frequência nos chegam notícias de países dos vários cantos do mundo relatando a conquista democrática do poder por parte de mulheres.
Que não se infira destas linhas que estou a ser paternalista ou que é minha convicção que elas são mais competentes e/ou eficientes do que eles, o que seria uma daquelas generalizações abusivas, demagógicas e falaciosas às quais, por imperativos de ordem intelectual e cognitiva, sou avesso. Não; este exercício opinativo decorre antes da satisfação em viver num tempo que tem insistido em atenuar uma situação discriminatória e de flagrante injustiça, na qual o peso demográfico de um género sexual não encontrava correspondência no exercício efectivo de uma cidadania plena que, entre outros aspectos, passa pela assunção a cargos de poder e de chefia (políticos, militares, empresariais). Os pratos da balança começam a ficar equilibrados, mesmo sabendo que casos há de mulheres que exercem ou tenham exercido mal, ou de forma incompetente, o poder de que estão ou estavam investidas. Mas esse é um problema de espécie e não de género...
Se fizessemos uma lista com os nomes de mulheres que contribuem hodiernamente e se empenham mediante uma vida política activa e influente nos seus respectivos países, talvez tivessemos finalmente razões para equacionar a possibilidade de deixar de assinalar anualmente o infelizmente necessário Dia Internacional da Mulher.
P.S. - Este texto foi inspirado na satisfação que senti pelas recentes eleições da chilena Michelle Bachelet, da liberiana Ellen Johnson-Sirleaf e da finlandesa Tarja Halonen.
Etiquetas: Sociedade
1 Comments:
muito interessante o texto,tem boas ideias e quase ficou a 100% do lado das mulheres,bem sabemos que as mulheres têm várias aptidões deveras impressionantes e que os homens têm outras,mas apesar de haver um equilibrio de qualidades entre os 2 sexos,há sempre quem tente dizer ah e tal os homens são o sexo forte ou vice-versa! eu acho mal haver sempre enta tentativa falhada de sobreposição em relação ao outro,será que não entendem que não há sexo forte? pensem comigo,se houvesse sexo forte não haveria concerteza tanta confraternização entre os dois sexos!!!!
apesar de não concordar c/a rivalidade,acho k me fica bem referir certas diferenças entre nós..(www.freefotolog.net/brazucah)
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