segunda-feira, dezembro 18, 2006

A cor e o preço da castidade

Progressivamente, instalou-se nas relações interpessoais a tácita ideia de que tudo pode ser negociável, em muitos casos ao arrepio de princípios ético-morais que se julgavam inquestionáveis.
Este intróito ocorreu-me a propósito de uma situação que teve lugar na Roménia, onde um padre católico, Petrica Bratu, de 37 anos (que mais parecem 73!), adoptou uma resolução no mínimo curiosa e reveladora do tipo de instituição comercial que, ab origine, é a Igreja de Roma. Com efeito, esse abençoado pároco de vaticana confissão decidiu multar as noivas que, por contrariarem a casta virgindade pré-nupcial, se apresentem diante do altar para casarem. Ou seja, sofrem estas devassas pecadoras uma coima de 15 euros se viverem em anterior concubinato doméstico, ou 88 euros se antes do casamento já tiverem parido. Consta que estas mulheres, que experimentaram os prazeres da carne e não fizeram fálico jejum, poderão, paga a multa, ir de branco vestido. O dinheiro não faz tudo, mas pode muito, mesmo em matérias de espírito!
Parece que os machos estão isentos desta prospecção, talvez por não terem hímen roto nem ovário usado...
Muitas são as questões que a presente atitude suscita. Porém, e independentemente das respostas que se possam aduzir, uma coisa continua incontornável com a abundância de semelhantes exemplos de empírica teologia: se a imbecilidade e o ridículo matassem, a Igreja Católica entrava em extinção!

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