sábado, janeiro 27, 2007

O fim de Fukuyama

Releio na diagonal um célebre livro editado em 1992, «O fim da história e o último homem», do economista e filósofo político nipo-estadunidense Francis Fukuyama, no qual especulava a favor da tese do fim da história (ideia apropriada do marxismo, mas em sentido contrário do deste) decorrente da resolução da Guerra Fria. Quase 15 anos depois, constata-se que Fukuyama enganou-se e que a sua tese é redutora: a difusão dos valores ocidentais continua a não se impor pacificamente, mantendo-se a sua contestação violenta. Pelo contrário, os fluxos migratórios, legais e ilegais, aumentaram, tal como os actos terroristas potenciados pelo fundamentalismo islâmico - o autor nem imaginava que o 11 de Setembro de 2001 ficaria na história por más razões e relegaria a sua obra para o museu da especulação histórica!
Os terroristas perceberam bem a dependência energética que a actual dinâmica sócio-económica inexoravelmente implica, no quadro da globalização competitiva. Trata-se de uma condicionante com reflexos variados, por exemplo, ao nível da subida do preço dos combustíveis ou do aumento da insegurança. A competitividade económica global alterou simultaneamente as condições de regulação e do efeito de atracção de capitais e investimentos estruturantes, com efeitos visíveis no fenómeno das deslocalizações.
Por outro lado, a corrida ao nuclear por parte de países com regimes ditatoriais fechados e teocêntricos intensificou o efeito de perturbação no funcionamento das políticas geoestratégicas mundiais.
Estes são apenas alguns contra-exemplos que argumentam no sentido oposto ao de Fukuyama e o seu "fim da história", podendo antes falar-se de um fim das teses optimistas deste pensador. Por mim, que não estou interessado em sensacionalismos lucrativos de espécie alguma, estou convencido de que só haverá o fim da história após a morte do último homem!

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1 Comments:

Blogger morffina said...

... and no one to say: THE END

1:27 da manhã  

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