Sacramentos com pés de barro / 1ª Parte
A Igreja Católica é a secular instituição que, sob a aparência de intuitos exclusivamente espirituais, oculta persistentemente a pedofilia praticada no seio do clero; discrimina oficial e dogmaticamente as pessoas pelo género a que pertencem (as mulheres não podem aspirar a mais do que «madres superioras» de conventos de freiras em irracional reclusão); regista uma biografia de horror e iniquidades ímpar na História; foi por diversas vezes dirigida por Papas debochados e dementes de mancebia, entre outros aspectos que completam um vergonhoso rol de obscenidades com que a Igreja de Roma se tem erigido e, paradoxalmente, afirmado. Reiteradamente, desde os primórdios de constantiniana benção e fundação, esta (des)humana instituição age no sentido contrário de prédicas que debita na opulência de santuários tão contrária à mensagem geral de humildade inscrita nos Evangelhos - seguramente, Jesus não seria cristão (religião fundada por Saul de Tarso, mais conhecido por «São Paulo») e muito menos católico!
Escrevo, pela enésima vez neste blogue, sobre esta empresa multinacional sediada no Vaticano, na sequência de um texto recentemente publicado, de nome «Sacramentum caritatis» e da autoria do neomedieval pastor alemão Ratzinger, ou Papa Bento 16: é mais um documento com a chancela dogmática de um bispo de Roma, que vem reafirmar posições católicas tradicionais, como a indissolubilidade do matrimónio (entre macho e fêmea, claro está!), a impossibilidade dos divorciados recasados poderem comungar, a oposição ao aborto e à eutanásia, a manutenção do celibato obrigatório do clero, e outros anacrónicos preceitos afins...
Como se já não bastasse o chorrilho conhecido de preconceitos acéfalos que a Igreja Católica inventa, alimenta e difunde, o actual Papa acrescenta que, doravante, deve o clero aumentar o uso do latim e do canto gregoriano (o padre Borga que se cuide!). Ora, se em português as litanias recitadas maquinalmente se constituem como fórmulas exangues e insípidas de semântica (Maria chega a ser «mãe de deus»!), mormente para leigos analfabetos e iletrados, imagino o esforço que passa agora a ser necessário para decorar as ladainhas em latim, faladas ou cantadas em solene coro gregoriano. A vantagem poderá ser que isso faça exercitar a memória, designadamente dos mais anosos crentes, auxiliando no combate ao Alzheimer em complemento com os jogos de Sudoku (credo, meu deus, que nome tão impúdico!). Mas percebe-se: ideias inanimadas recitam-se em língua igualmente morta!
Etiquetas: Religião
2 Comments:
Ó ALM, não há para ti salvação possível. Mesmo assim, que Deus te valha, se puder...
...e um abraço.
Será que se pode dizer "pisces fudere conae" na homília?
Abrassum Sanctum
Marcus Morffinus
Enviar um comentário
<< Home