O «rendez-vous» dos poderosos

Na verdade, em mais esta cimeira do G8, iniciada ontem, trata-se de chegarem a um acordo sobre a forma como hão-de continuar a tirar partido económico do desastre ambiental decorrente das alterações climáticas, em tudo perspectivando uma oportunidade de valioso negócio. Não se estranhe, pois, que na declaração final da cimeira de Heiligendamm (Alemanha) não se referencie quaisquer limites de emissão de gases que estão na origem do aquecimento global.
Como de boas intenções está o G8 cheio, basta dizer que, embora os oito países mais poderosos produzam 47% das emissões de CO2, a sua vontade de, por exemplo, procurar energias alternativas aos combustíveis fósseis é muito relativa e está aquém do necessário. E, apesar de, na anterior cimeira de Gleneagles (Escócia), o G8 ter já reconhecido o aquecimento global como efeito da emissão de gases produzidos pela actividade humana, o certo é que nada faz para inverter o caminho e, pelo contrário, até continua complacente perante o parceiro que mais polui, os Estados Unidos: Bush já há muito confessou que a implementação do Protocolo de Quioto nos EUA representaria uma grande ameaça para a economia do seu país; ou seja, os EUA estão dispostos a pôr em risco todo o planeta para salvaguardar a prosperidade da economia americana. Como cínica manobra dilatória, o cowboy do Texas fala agora num plano conjunto até 2050! Se a soberba matasse, o inquilino da Casa Branca já teria falecido...
Antes do G8 tivemos, durante muito tempo, o G7, o que quer dizer que - supondo que a Terra não se converte entretanto em inóspita residência para seres vivos - um caracol é veloz se comparado com o tempo necessário para se chegar ao... G192!
Etiquetas: Política
1 Comments:
Muito bem! Chegaste ao ponto G da questão!
Enviar um comentário
<< Home