quinta-feira, abril 24, 2008

O Tratado que maltratou a democracia

José Sócrates acrescentou ontem mais algumas pérolas ao seu pouco invejável e extenso rol de verborreias ocas e demagógicas, paradigmáticas da sofrível qualidade retórica e do pouco apreço que tem pela inteligência dos seus concidadãos. Com efeito, durante a sessão parlamentar de ratificação do Tratado de Lisboa, afirmou o nosso querido líder que, em torno deste documento, existe "um grande consenso político e social". Mas então, se assim é, por que razão é Sócrates inconsequente e, cobardemente, fez tábua rasa de uma das suas mais importantes promessas eleitorais e impediu que os portugueses se pronunciassem em referendo sobre tão relevante matéria de interesse nacional? Afinal, se é tão significativo esse consenso favorável, o que temeu Sócrates na hora da verdade? Ou será que o povo (que o elegeu) é tão estúpido que não consegue compreender o texto do convénio europeu assinado em Lisboa, compreensão essa só ao alcance das notáveis e reconhecidas inteligências que são os deputados do PS, do PSD e do CDS?
Como se isso não bastasse, o logorreico «engenheiro» que nos (des)governa asseverou mesmo, jactante e triunfante - no seu estilo comum aos que atiram os foguetes e mais se divertem a apanhar as canas -, que a ratificação por via parlamentar do Tratado de Lisboa "é uma forma particularmente feliz de assinalar a revolução democrática". Caro senhor de estranhas engenharias lógicas, cada vez que sou obrigado a ouvi-lo vem-me espontaneamente à memória umas recentes palavras reais que fizeram história: em nome da saúde da democracia, «porque não te calas?»

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2 Comments:

Blogger Ai meu Deus said...

Eu repito: porque é que o homem no se calla (definitivamente)?

6:46 da tarde  
Blogger morffina said...

Bom, bom seria a Constituição!

1:54 da tarde  

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