terça-feira, abril 22, 2008

Sem trabalho e sem ética

A severa frieza e indiferença dos números denuncia a cruel realidade laboral instaurada pelo sistema capitalista e neoliberal. Segundo o DN, numa notícia com o concludente título «Nunca houve tantos empregos precários», entre trabalhadores precários e assalariados com falsos recibos verdes são mais de um milhão os que vivem a prazo, sem garantias mínimas de subsistência; e, numa década, este tipo de população activa aumentou 47%. Por outro lado, duplicou o número de desempregados só no último quadriénio.
Perante este quadro social preocupante, é estranho que ainda haja quem sustente que a legislação laboral portuguesa é rígida e que os patrões se queixem da dificuldade que dizem ter para despedir trabalhadores, imputando mesmo cobardemente a estes o ónus dos períodos de abrandamento da actividade produtiva e económica. Estamos perante uma quadratura do círculo, pois há alguma coisa que não bate certo no discurso da rigidez laboral - em que países é, afinal, mais difícil o despedimento colectivo do que em Portugal?
Antes de terem um novo Código do Trabalho, o Governo devia era promover nos nossos empresários úm Código de Ética.

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