sexta-feira, abril 18, 2008

Laranja sem sumo

As histórias do PS e do PSD mostram que os partidos de poder não têm talento como partidos de oposição (tê-lo-ão quando exercem o poder?). As derrotas eleitorais sofridas permitem antever uma penosa travessia no deserto e lutas intestinas próprias de uma militância mais preocupada na obtenção de dividendos pessoais do que na defesa cívica e descomprometida de causas, convicções e ideologias. As maiorias de Cavaco Silva perturbaram a vida interna do PS, como agora a maioria de Sócrates tem prolongado o clima de paz podre no seio do PSD.
Mas a agremiação laranja atingiu o paroxismo do conflito entre «companheiros», descambando numa voragem autofágica inaudita e convertendo-se no maior partido da oposição... interna! Marques Mendes queria derrotar José Sócrates, mas só conseguiu derrotar Santana Lopes; Luis Filipe Menezes queria derrotar José Sócrates, mas só conseguiu derrotar Marques Mendes; agora é uma legião de barões (e baronesas) que querem derrotar José Sócrates e, de tanto vituperar o edil de Gaia, moeram-lhe a paciência e levaram-no a bater com a porta...
Foram sete os meses de liderança de Menezes - nem dava para gerar um filho! Estranho partido este, em que é mais problemático eleger um líder do que vencer o partido rival na obtenção do poder. Com amigos assim...

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