O tacho do costume

Não admira, portanto, que as injustas assimetrias sociais aumentem e batam recordes em Portugal, um país onde facilmente se recrutam bufos, um país da «cunha» e do nepotismo tacitamente institucionalizados no relacionamento entre cidadãos. Festejar o 25 de Abril converteu-se numa rotina politicamente correcta mas sem correspondente substância cívica nem efectivação concreta, tantos são os exemplos de perda de qualidade da participação democrática que vão proliferando...
Concedo que os políticos que tiveram responsabilidades governativas não podem ser discriminados negativamente no acesso a cargos administrativos e de gestão de empresas no sector privado. Mas «à mulher de César não basta ser honesta» e o ambiente de suspeição é recorrente, quase uma lusa fatalidade, obstando à moralização da vida pública e à confiança na classe política. Mormente num país com uma deficiente, pouco credível e morosíssima Justiça, e em que o Estado parece servir de abono, confundindo-se os limites entre servir o Estado e servir-se do Estado.
O progresso do país faz-se da confiança nos cidadãos e nas instituições, e isso não rima com «tacho»!
Etiquetas: Política
2 Comments:
P..a que os pariu!
Toda a gente eSCUTa e ninguém faz nada.
Abraço
MF
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