«Políticos, Caciques e Outros Anátemas» - 7º Acto
Sem quorum também na Assembleia da República!
No plenário do passado dia 12 de Abril, véspera de feriado e de fim-de-semana prolongado, houve falta de quorum de deliberação, pois apenas estavam no Parlamento 111 dos 230 deputados, sendo necessários pelo menos 116 para se poder proceder às votações regimentais - estavam agendadas oito votações. Só o Bloco de Esquerda tinha a quase totalidade dos seus deputados (dos oito, só uma deputada estava ausente num congresso partidário na Dinamarca).
No plenário do passado dia 12 de Abril, véspera de feriado e de fim-de-semana prolongado, houve falta de quorum de deliberação, pois apenas estavam no Parlamento 111 dos 230 deputados, sendo necessários pelo menos 116 para se poder proceder às votações regimentais - estavam agendadas oito votações. Só o Bloco de Esquerda tinha a quase totalidade dos seus deputados (dos oito, só uma deputada estava ausente num congresso partidário na Dinamarca).
Que belo exemplo este - mais um! - que a lusa classe política dá aos seus concidadãos...
Sou professor há doze anos e ainda injusta e inadmissivelmente deslocado e privado de vagas de colocação mais perto do meu local de residência. Continuo a percorrer o país. Não obstante, de mim exigem os políticos do costume sacrifícios vários: espírito de missão, dedicação à causa pedagógica; congelam-me aumento de vencimento e progressão na carreira; recusaram-me sempre subsídio de deslocação e/ou de alojamento; por cada ano que adiciono ao tempo de serviço, desço na prioridade da escola em que sou colocado; querem que passe mais horas na escola em absurdas, patéticas e populistas aulas de substituição, em escolas sem suficientes meios logísticos e recursos para os professores e alunos desenvolverem condignamente o seu trabalho, subestimando-se a importância e o valor da preparação de aulas, e todo o labor conexo de pesquisa, que qualquer docente competente tem de realizar em casa; sucessivas medidas restritivas, oriundas de mais um(a) sinistro(a) titular do Ministério da Educação, cerceiam direitos adquiridos, acompanhadas da divulgação demagógica junto da opinião pública da ideia de que os profes faltam desmesuradamente e têm privilégios demasiados...
Mas que igualdade de direitos e que justiça social querem estes políticos hipócritas? É da nossa classe política que vem a ideia brilhante de querer elaborar um quadro jurídico paralelo que se lhes aplique, uma justiça de eleitos e de elites distinta da vigente para a ralé que manipulam, mais digna talvez do estatuto de corruptos e criminosos de colarinho branco! São os sucessivos governos que vão asfixiando o orçamento da Polícia Judiciária, cujas competências ainda podem ameaçar e incriminar políticos pelos crimes que cometem no exercício das suas funções, abusando do poder enquanto o ocupam (José Sócrates e o licenciamento do Freeport de Alcochete é só um e recente exemplo!). A impunidade vai continuar a ser o privilégio dos poderosos.
Os exemplos de inconsistência entre o que defendem e o que praticam não esconde a apologia que fazem do lema de frei Tomás. Só faltava agora mais este injustificável enésimo exemplo.
Portugal é, como outros, um Estado a prazo: a globalização económica e as exigências normativas da União Europeia são alguns dos fenómenos que vão, a pouco e pouco, dissolvendo a soberania deste rectângulo ibérico, cada vez menos autónomo. Mas isso até pode ser uma vantagem, pois mais depressa nos livramos deste bando de oportunistas que povoam os lugares de decisão e enxovalham a nobreza da actividade política. Bom mesmo seria uma OPA de Bruxelas a São Bento. Porém, compreendo que tal OPA não se faça: é que o que se adquire é tão fraco e tem tão pouco valor, que não compensa o investimento e a perda de tempo!
Sou professor há doze anos e ainda injusta e inadmissivelmente deslocado e privado de vagas de colocação mais perto do meu local de residência. Continuo a percorrer o país. Não obstante, de mim exigem os políticos do costume sacrifícios vários: espírito de missão, dedicação à causa pedagógica; congelam-me aumento de vencimento e progressão na carreira; recusaram-me sempre subsídio de deslocação e/ou de alojamento; por cada ano que adiciono ao tempo de serviço, desço na prioridade da escola em que sou colocado; querem que passe mais horas na escola em absurdas, patéticas e populistas aulas de substituição, em escolas sem suficientes meios logísticos e recursos para os professores e alunos desenvolverem condignamente o seu trabalho, subestimando-se a importância e o valor da preparação de aulas, e todo o labor conexo de pesquisa, que qualquer docente competente tem de realizar em casa; sucessivas medidas restritivas, oriundas de mais um(a) sinistro(a) titular do Ministério da Educação, cerceiam direitos adquiridos, acompanhadas da divulgação demagógica junto da opinião pública da ideia de que os profes faltam desmesuradamente e têm privilégios demasiados...
Mas que igualdade de direitos e que justiça social querem estes políticos hipócritas? É da nossa classe política que vem a ideia brilhante de querer elaborar um quadro jurídico paralelo que se lhes aplique, uma justiça de eleitos e de elites distinta da vigente para a ralé que manipulam, mais digna talvez do estatuto de corruptos e criminosos de colarinho branco! São os sucessivos governos que vão asfixiando o orçamento da Polícia Judiciária, cujas competências ainda podem ameaçar e incriminar políticos pelos crimes que cometem no exercício das suas funções, abusando do poder enquanto o ocupam (José Sócrates e o licenciamento do Freeport de Alcochete é só um e recente exemplo!). A impunidade vai continuar a ser o privilégio dos poderosos.
Os exemplos de inconsistência entre o que defendem e o que praticam não esconde a apologia que fazem do lema de frei Tomás. Só faltava agora mais este injustificável enésimo exemplo.
Portugal é, como outros, um Estado a prazo: a globalização económica e as exigências normativas da União Europeia são alguns dos fenómenos que vão, a pouco e pouco, dissolvendo a soberania deste rectângulo ibérico, cada vez menos autónomo. Mas isso até pode ser uma vantagem, pois mais depressa nos livramos deste bando de oportunistas que povoam os lugares de decisão e enxovalham a nobreza da actividade política. Bom mesmo seria uma OPA de Bruxelas a São Bento. Porém, compreendo que tal OPA não se faça: é que o que se adquire é tão fraco e tem tão pouco valor, que não compensa o investimento e a perda de tempo!
Etiquetas: Política
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