quinta-feira, outubro 19, 2006

Um pacífico Nobel

Chama-se Muhammad Yunus e, em 1976, fundou no paupérrimo Bangladesh o Grameen Bank, pioneiro no conceito de microcrédito a pessoas sem recursos nem posses. O seu empenho no combate à pobreza foi reconhecido pela Real Academia Sueca, que lhe atribuíu o Nobel da Paz deste ano. Foi um dos prémios mais consensuais.
Yunus contrariou elementares regras e princípios convencionais da teoria económica, que ensinava na Universidade, encontrando uma solução prática para os mais desfavorecidos - ensinou-lhes a pescar, em vez de lhes dar o peixe! - que envolveu um modelo de financiamento muito arriscado. Se calhar, o problema de Portugal é esse: muitos académicos e teóricos da Economia a sentar o rabo nas cadeiras demagógicas do poder (político e financeiro) e a urdir subjectivas conveniências políticas travestidas de interesse público.
Para quando o Prémio Nobel da Incompetência, para que Egas Moniz e José Saramago não figurem sozinhos como lusos laureados? Portugal teria um dos monopólios de putativos vencedores!

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