sexta-feira, novembro 24, 2006

Óbito

O sistema educativo português morreu ontem, após a reunião do Conselho de Ministros. Paz à sua alma!
A causa da morte, há muito pressentida, foi a aprovação do novo Estatuto da Carreira Docente, fruto de uma terrível infecção pelo vírus LVP (Lurdes Valter Pedreira).
Como pôde a ministra ter a desonestidade e a insolência de, perante a comunicação social, afirmar que tal documento tem a concordância dos professores, apesar dos sindicatos estarem contra o mesmo? Esquece tão sinistra figura que nunca 14 sindicatos de professores reivindicaram tão insistentemente e em uníssono e nunca tantos docentes se juntaram em manifestação? Como pôde ter a desfaçatez e indecência de sugerir que o novo Estatuto não é ainda mais impositivo e lesivo da dignidade docente, devido à existência de um Estatuto anterior? Serão os docentes tão malandros e incompetentes, que careçam tanto de disciplina? Como podem pessoas que desconhecem o húmus que dá vida às escolas, arrogantemente saberem o que é melhor para estas? Quantas aulas, quando e durante quanto tempo leccionou o vírus LVP nos ensinos básico e secundário? Quando se impedirá que académicos pedabobos, contaminados pelas parvas ciências (!?) da educação, regulamentem o ensino não superior?
Sou ateu, mas vivendo numa sociedade predominantemente cristã, e porque tenho o optimismo de acreditar que não há males que sempre durem, nutro a esperança de que o sistema educativo experiencie o milagre da ressurreição!

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1 Comments:

Blogger Ai meu Deus said...

A morte do sistema educativo não é o maior mal (embora seja muuuuuito grande). O maior mal é a morte do direito a uma vida decente -- em que a morte do SE se integra, evidentemente.

A progressiva agonia da decência detecta-se, por ex., nas reacções dos patrões à hipótese do aumento do miserável salário mínimo, em alguns miseráveis euros: a economia do País, dizem, pode ser posta em risco.

Se a gente pensa que o dito salário anda pelos 80 contos... estas declarações soam a indecência. Ou mesmo a pornografia. Pornográficas como todo o governo pê-èsse em geral e todos os ministros em particular.

12:05 da manhã  

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