sexta-feira, novembro 17, 2006

Laranjada

Vi a entrevista com Cavaco Silva na SIC Notícias; e uma conclusão parece-me óbvia: é difícil a "concertação estratégica" entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro ser mais perfeita, a ponto de as presidenciais palavras mais parecerem as de um ministro, tal foi o teor laudatório das palavras de Cavaco sobre Sócrates e a acção do governo. Claro que há uma intenção de, por um lado, preservar e fomentar a lealdade institucional essencial à estabilidade da acção política (condição necessária para o desenvolvimento do país, como disse o algarvio) e, por outro, de praticar a isenção e equidistância na relação entre órgãos de soberania.
O erro de Cavaco é julgar que existir uma vontade reformista é condição suficiente para Portugal progredir, não pensando que há más reformas ou boas reformas mal implementadas, cujos resultados afundam ainda mais o país, social, cultural, ambiental e economicamente.
Mas quem não deve ter dormido descansado é Marques Mendes: com esta entrevista, o líder laranja viu o seu trabalho de líder da oposição ainda mais dificultado, como se não lhe bastasse já a pública oposição interna que lhe tem sido movida pelo impertinente e rabugento Luís Filipe Menezes ou, também ontem numa entrevista dada à RTP, pelo mendicante e infeliz Santana Lopes, que anda mesmo por aí a fazer-se ao lugar que deixou em penosas circunstâncias.
Com amigos assim, Mendes não precisa de inimigos e, enquanto uns vivem num mar de rosas, outros coabitam em autêntica laranjada!

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O povo Português parece os passageiros no avião com os ouvidos entupidos, quando a hospedeira pergunta de forma anunciada, - "Chá (five roses), ... ou laranjada?"

WAKE UP AND SMELL THE COFFEE!!!

Abraço
MF

2:35 da tarde  

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