terça-feira, maio 22, 2007

A pulga chamada Brisa

O governo e o PS continuam a defender, com costumada fidelidade canina, os interesses particulares dos grandes grupos privados, protegendo-os do interesse público mesmo quando nenhuma razão plausível assiste a essa velada e subliminar procuração tão violadora da democraticidade na actuação política.
O último episódio ocorreu na 5ª feira, quando o PS chumbou na Assembleia da República os projectos do Bloco de Esquerda e do PCP que previam, por exemplo, que os automobilistas não pagassem a portagem nos troços de auto-estrada que, por motivo de obras, deixassem de prestar a funcionalidade própria desse tipo de vias. O grupo Mello, que controla a Brisa, agradece aos socráticos deputados (que se dizem "socialistas"!) por acautelarem tão institucionalmente um dos negócios mais lucrativos do país.
É assim que, escudados num contraditório proteccionismo estatal, muitos «homens de negócios»(!) vêm apregoar as virtudes da livre iniciativa e do mercado concorrencial, contra os desmandos da ineficácia centralista do sistema público. Por aqui se vê o oportunismo da obsessão pelos lucros, com a reprovável cumplicidade do Estado, que se faz passar pelo cão que oferece o vulnerável lombo ao indelicado parasitismo da pulga!

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3 Comments:

Blogger O Micróbio II said...

E amanhã... lá vou eu ter que "arrotar" mais 10€ para mais uma viagem (ida e volta) a Lisboa... e não tenham dúvida alguma que o troço em questão é um verdadeiro atraso de vida!

6:51 da tarde  
Blogger Ai meu Deus said...

Pois é... PS, dizem eles. Pê... quê?!

10:17 da tarde  
Blogger morffina said...

Em vários pontos da auto-estrada procura-se saída para uma alternativa e chega-se a pensar em avançar os "railes", quando o trânsito é para - arranca, com o pedido de desculpas de obras, para nos beneficiar, em cima do acontecimento, quando deveriam ter informação sobre as mesmas antes da entrada para a portagem ... bem antes.

10:43 da manhã  

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