quinta-feira, dezembro 13, 2007

A UE não é só dos políticos

Consumada que está, pelos 27 chefes de Estado e de Governo da UE, a assinatura do novíssimo Tratado de Lisboa, com a solenidade própria das ocasiões que querem impressionar e deixar rasto na História, é agora a vez de alargar o debate sobre o conteúdo desse Tratado a todos os cidadãos do espaço comunitário e, sobretudo, que estes reivindiquem nos respectivos países a realização do complementar acto referendário ao texto em apreço. Com isso ganham a democracia e o conhecimento das questões europeias que uma tal discussão implica e envolve, bem como se traz o projecto europeu para a agenda dos cidadãos anónimos e afastados da praxis política (só de quatro em quatro anos, por altura das eleições para o Parlamento Europeu, é que tal agenda se coloca). Será que os políticos em exercício querem mesmo manter a imposição de um divórcio entre as pessoas e a instituição que dizem querer reforçar?
Porque nem todos os Estados da UE serão obrigados a uma ratificação por esta via popular (a Irlanda é a saudável excepção), há que denunciar a tentação de os governantes pretenderem - como Sócrates em Portugal - uma ratificação parlamentar, o que relegaria os milhões de eleitores europeus para um silêncio censurável. Assim, colabore e assine esta petição de apoio à realização de um referendo europeu, pois a participação activa do povo nas decisões políticas não se concretiza apenas nos dias de sufrágio para os poderes legislativo e executivo.
Deixemos de ser conformistas e vamos discutir a Europa, a bem da própria Europa!

1 Comments:

Blogger morffina said...

Apalpando o pulso por aí em relação a estas questões europeias é de que há uma grande ignorância voluntária e reforçada pelo desdém. Nem com aspectos positivos de melhoria social notórios as pessoas ligam aos assuntos europeus. Mais facilmente criticam questões imediatas de política interna. Num referendo sobre esta questão os europeus em geral e os portugueses em particular facilmente envolvem-se em questões internas conjecturais e esquecer-se-ão das grandes metas europeias a que se destina este belo projecto que assegura uma estabilidade continental e por arrasto mundial. As pessoas discutirão mesquinhezas e pequices esquecendo-se das questões fulcrais de médio e longo prazo para os nossos filhos e netos.
Este debate idílico seria lindo mas infelizmente utópico.
Sim! Estou a ser snobe ... mas realista.
Tu no fundo conheces o "zeitgeist" do povo em geral. O que interessa é o já, aqui e agora.
Referendo? A BEM DA EUROPA E DOS EUROPEUS ...NÃO OBRIGADO!
Temo muito esses referendos inconscientes e irresponsáveis. O povo escolheu os seus representantes para um determinado período. A representação parlamentar é democracia.

Abraço
MF

10:56 da manhã  

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