Infelicidades do sr. Fernandes
Ontem foi, seguramente, um dos dias mais tristes na vida do jornal «Público»: a manchete escolhida dava a vitória a Chávez no referendo venezuelano, quando ainda no dia de domingo se soube que, pelo contrário, havia ganho o «não». É a credibilidade de um jornal generalista de referência que sai ferida, como se já não bastasse ter como director José Manuel Fernandes - um mal nunca vem só!
E, por falar no director, vi ontem na página online deste periódico um excerto do artigo de opinião do dito em que asseverava o seguinte: "Muitos autocratas fazem-se reeleger sem necessitarem de desenvolver os seus países ao tirarem partido da renda de riquezas como o petróleo. Até podem matar a fome no curto prazo, mas hipotecam o futuro."
Mas, objecto eu, os ditadores de direita não fazem o mesmo? E "matar a fome a curto prazo" não devia ser a prioridade fundamental de qualquer governo, na Europa como na América do Sul, em África como na Ásia? E se isso se fizer à custa da riqueza gerada pela exploração dos recursos que existem no país, distribuindo-a por todos e não ficando retida como propriedade privada de alguns, qual é o problema ou o crime? E será que pode haver estômagos vivos e saudáveis a médio e longo prazo, se não se lhes der o alimento a curto prazo?
Posso estar enganado, mas ou a Sonae convida o sr. Fernandes a fazer o favor de deixar a direcção do «Público» ou "a curto prazo" morre o jornal de jejum de vendas ou se converte em mero pasquim!
1 Comments:
A essa política de, à custa dos recursos do país, matar a fome e dar centros de saúde e outras coisas que tais (parece que a Venezuela é, sob alguns aspectos, exemplar no domínio da música), a essa política os Sousa Tavares e os Marcelo Rebelo chamam populismo (entende-se: não sai tão à vontade todo petróleo). Bendito populismo!...
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