segunda-feira, janeiro 28, 2008

Não há canalhas imortais

Não lamento a morte do ex-ditador indonésio Suharto; lamento sim não ter sido ele submetido a uma justiça terrena e lamento as incontáveis vítimas mortais - em grande parte timorenses - da (ir)responsabilidade directa e moral deste canalha. Nenhum indonésio que seja pessoa de bem pode alguma vez lamentar a morte de um seu déspota que semeou a corrupção, rapinou em conluio familiar o Estado à custa do qual enriqueceu e conduziu milhões de indonésios para a miséria.
É incompreensível que se preste nacional tributo à memória do horror, declarando sete vergonhosos dias de luto. Fosse inimigo dos EUA e teria Suharto tido o fim de Saddam. Porém, a impunidade política e a cumplicidade internacional de que beneficiou o facínora indonésio mostram bem a cruel injustiça da ordem mundial que continua a ser-nos dado viver.
Vale que a capital sentença biológica se faz sentir igualmente entre esta hedionda e infame gente: não há canalhas imortais! Que goze bem a eternidade a jogar às cartas com Pinochet e demais títeres que blasfemaram contra a dignidade de ser humano. Afinal, pena não foi terem morrido - pena foi terem nascido!

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1 Comments:

Blogger Ai meu Deus said...

Bela conclusão.

Abraço.

10:32 da tarde  

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