Em ninho de cucos / 15
Se o bispo o diz, é porque é verdade, que a iluminação e inspiração divinas são tão infalíveis como dois mais dois serem seis! E, neste caso, não há qualquer indício ou esboço de um mau uso da retórica: defendendo tão simpática asserção - "a família é o alicerce da paz" -, podemos concluir que é por isso que esta subespécie conhecida de venerandos celibatários não se compromete conjugalmente (Maria só houve uma e parece que nem coberta foi por José), que a paz na Terra desviaria a humana ambição de eternidade celestial, o que seria contraproducente com os lucrativos propósitos eclesiais. Vão debicando aqui e ali uma ou outra paroquiana, um ou outro miúdo, mas nada de selar oficialmente «amizades», que seladas estão só com Iavé (seja lá o que Este for).
Se "a família é o alicerce da paz", por que razão mantêm estes membros da católica tribo o princípio sacerdotal do celibato? Pelo menos, poderiam aprender a deixar de fazer a guerra para com a vida que nos cabe viver e de nos atormentar com as promessas vazias do seu negócio de almas, mais proveitosas que todos os negócios da China...
A afirmação em apreço bem podia ser proferida em plena época alta da Inquisição e o celibato bem pode ter uma causa hormonal: não aliviar convenientemente a testosterona pode tornar belicoso o espírito e desembocar, afinal, na guerra! Bom Freud...
Etiquetas: Religião
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