Greves traídas

Para o cidadão anónimo, há, pelo menos, dois relevantes aspectos a reter desta ocorrência: primeiro, percebeu-se a importância dos transportes terrestres de mercadorias na dinâmica económica que sustenta a sociedade de consumo (são como os glóbulos vermelhos no sistema circulatório); alguns escassos dias de paralisação e a ausência de víveres nas prateleiras, de matérias-primas para a indústria e o sector da construção, ou de combustíveis nos postos de abastecimento, põem em causa a cadeia de dependências que o automatismo da rotina esconde. Por outro lado, provou-se a impotência da autoridade do Estado, em particular das forças policiais, em dissuadir e punir comportamentos ilegais flagrantes e mediatizados: de estradas e acessos bloqueados ostensivamente, de coacção grave sobre condutores (impondo por recurso à violência a greve a não aderentes), de veículos apedrejados, de atentados contra a segurança rodoviária, entre outras ocorrências nada dignas de um Estado de direito.
Felizmente para o desnorte social vivido, para o alheamento político do governo, para os aumentos sucessivos dos combustíveis e demais desastres que nos oprimem, que há o Euro 2008 e uma prestação positiva da nossa selecção: não fosse ir para o Chelsea e seria caso para dizer «Scolari ao poder»!
Etiquetas: Sociedade
2 Comments:
Por momentos Portugal pareceu-me(ou ainda me parece) a Cuba da Europa :s
Obrigada pelos comentários
Bjs
Até sempre
viva, pois, a vossa selecção!
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