sábado, junho 23, 2007

Com medo do futuro

Dedico este post a António Caldeira, professor de Alcobaça que, no seu blogue «Do Portugal Profundo», foi o primeiro a denunciar que Portugal é governado por alguém que diz que é o que não é. Em vez de receber uma medalha no 10 de Junho, Caldeira é alvo de uma queixa-crime contra si apresentada no âmbito das suspeitas manobras de engenharia do primeiro-ministro...

O que se passa com Portugal, que os dias perderam o brilho de outrora e se vão cobrindo na asfixia do cinzento pressuroso que adensa a atmosfera e anuncia a violenta tempestade de inquietações, dúvidas e suspeitas diluvianas?
Foi sob o signo da esclarecida autoridade que, escudado numa maioria absoluta, (Sócrates) Pinto de Sousa, presumível engenheiro mas sem engenho, apregoou saber o que queria e para onde ia. Porém, obnubilado pela ufana potência da vaidade e seduzido pelas ínvias malhas do poder, oferece os mais claros indícios de quem pesca apenas com linha e não navega sem costa à vista, perdido na desorientação do rumo errante e ao sabor de circunstanciais correntes. O que se instala é o vazio da incerteza angustiante, que se consome no fel que instiga a intriga rasteira, a delação cobarde, a mentira interessada, a insinuação traiçoeira, a suspeição oportunista, a contradição medíocre, na medida apropriada de conveniências que se erguem no espaço torpe da arbitrariedade, do favorecimento, do rancor e da vingança.
Como respirar no ar de organismos estatais convertidos em ninhos de víboras delatórias? Como suportar o odor nauseabundo de métodos que devoram a lisura da tolerância e da convivência democráticas? Como lidar com a névoa de cegueira que, autista, se abate em soez desonestidade intelectual e malévola presunção decisória?
Mas o mais preocupante é a multidão de cidadãos submissos e resignados, para os quais a prioridade é sobreviver em cada dia e o futuro não se vislumbra ser radiosa promessa, mas escura treva que abriga o medo!

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2 Comments:

Blogger antonio ganhão said...

Eu à cautela, acho melhor não comentar este post. Afinal esse Balbino tem assim tanto tempo?

Depois, o nosso primerio está a fazer o que é preciso e não existe alternativa...

E Mário Lino é a prova que ser-se engenheiro e estar inscrito na ordem não dá garantias a ninguém.

A besta 778 a tomar conta deste país já!

4:56 da tarde  
Blogger morffina said...

Também não enxergo nada ...

6:36 da tarde  

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