Rankings abençoados

Ora, nas escolas públicas as propinas são simbólicas e prescindem de pagamento em cheque ou débito bancário; não há discriminação entre alunos oriundos de classes privilegiadas e os outros (e se há, está mitigada pelo escrutínio público); não há segregação de género (as turmas e as escolas são mistas); não há os recursos materiais das congéneres privadas nem professores suficientes para reforçar as componentes lectiva e/ou extracurricular (que permitem mecanizar e simular provas que treinem a memória e antecipem a situação efectiva de exame), pois os sucessivos governos encaram a Educação pública como escusada despesa e não como imperioso investimento...
Curioso: no sistema educativo incumbe ao Estado - mesmo que mal - a tarefa de promover um conjunto de valores espirituais que caberiam não menos justificadamente à Igreja, comportando-se esta como uma mera empresa com fins altamente lucrativos, que mercantiliza o Ensino e concorre em condições de escandalosa desigualdade, fomentando deste modo as obscenas assimetrias sociais que devia combater, mas de que, pelo contrário, tira proveitoso tributo. Estes rankings não podiam ser mais abençoados pela multinacional vaticana.
É triste como quem mendiga por franciscanas esmolas e tostões, factura impunemente milhões!
1 Comments:
Os rankings servem ainda para abençoar outros interesses privados que dos dinheiros públicos auferem proventos que faltam depois na escola pública. Há casos (particularmente na zona centro) devidamente identificados, mas que, por interessarem a gente bem colocada partidariamente, continuam como sempre estiveram...
Valha-nos Deus!
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