Nacional porreirismo já é europeu

Mas esta é uma festa que ameaça tornar-se privada, que pretende arredar os cidadãos comuns da maçada de ter que sufragar em referendo tão salvador e messiânico documento. Essa árdua e aturada tarefa cabe aos ilustres e esclarecidos deputados dos diversos parlamentos nacionais (mesmo daqueles que foram eleitos por listas cujo compromisso eleitoral era o de referendarem o Tratado), até porque a consulta popular impede a desejável celeridade processual que ponha essa assombrosa oitava maravilha a funcionar; e porque o cidadão anónimo europeu, de tão politicamente iletrado, não conseguiria passar da primeira página se quisesse interpretar compreensivamente o texto do acordo; para não referir igualmente a necessidade de "deixar de brincar aos referendos" (Vital Moreira dixit)...
Assim, a que propósito os esforçados e diligentes governantes iriam perder tempo a explicar ao povo, por a+b, o que o "histórico" Tratado do Pavilhão Atlântico contempla, permite e acarreta? Em nome de quê deixar a plebe meter a colherada nos acepipes da sua magnânima celebração? Por quê cumprir o que se prometeu em campanha, se a eleição já cá canta e até já anteriormente se subiram os impostos?
Na UE já não se discutem opções económicas, sociais ou políticas, mas apenas questões de mercearia, como a designação de cargos ou o número de deputados que se ganham ou perdem... Por este andar, de tanto voltar as costas aos cidadãos europeus, os Sócrates desta estranha união vão fazer com que, e paradoxalmente, com tanto alargamento e convergência, a UE seja cada vez mais um espaço confinado a duas ilhas: Estrasburgo e Bruxelas! "Porreiro, pá!"
1 Comments:
duas ilhas... com um império.
Abraço.
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