Breves notas e diatribes (7)

Como pode o «engenheiro» Sócrates Pinto de Sousa querer importar modelos económicos - como a «flexigurança» (a última invenção bem sucedida do patronato) -, se o nível de vida português está tão próximo da média europeia como Portugal da Austrália?
A vergonha dos sucessivos (des)governos é inversamente proporcional às obscenidades económico-sociais (bancárias e outras) que as suas políticas promovem; e os números são inequívocos: no país de Camões e Salazar são precisos cada vez mais pobres para fazer um rico!
2. Querer reduzir o debate político à reedição de um estafado duelo na Assembleia da República entre Sócrates e Santana é a evidente e sórdida prova de como, por um lado, o futuro de Portugal continua comprometido e preso a um falso dilema; e, por outro, de como a comunicação social inflama o acessório e superficial e se consome no efémero espoletado pelo canibalismo das audiências. Mas isso já nem espanta, sobretudo se pensarmos que estes políticos de telegenia são produtos formatados por e para câmaras de televisão, ocas figuras fátuas cujos rostos ilusoriamente preenchem o vazio de ideias e de propostas.
Pena que, nestas democracias tecno-mediatizadas, os cinco minutos de fama de uns poucos interfiram tão negativamente com a vida inteira de anónimo sacrifício de quase todos...
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