Luiz Pacheco (1925 - 2008)
"Gostas de broche? - pergunto e encaro-o fito nos olhos, muito sério, muito natural. / An, nem por isso - responde sempre calmo. / - Pois é só o que eu te posso oferecer - digo, como se me desculpasse de não ser o Calouste Gulbenkian. / - E quanto me dá? - pergunta desagradável feita em tom meramente comercial. / - Olha, não te posso dar nada [...] e pela primeira vez noto como me apetecia aquele corpo, ser dono e servo daquele aparato movediço de carne, pele, ossos, pêlos, força. [...]"
Luiz Pacheco, O libertino passeia por Braga, a idólatra, o seu esplendor, Outubro de 1961 (coligido em «Textos Malditos», Edições Afrodite, 1977, pp. 42 - 43)
Etiquetas: Sociedade
1 Comments:
Associo-me à memória desse animal selvagem da literatura.
Enviar um comentário
<< Home