O preço da pax americana
Há em África uma guerra que dura há três anos e já matou mais de 300 mil pessoas e provocou milhões de desalojados e refugiados. No Darfur, em paupérrimo território sudanês, prolonga-se o confronto sangrento que opõe milícias pró-governamentais e rebeldes e que não parece ter fim à vista. É actualmente o foco de conflito mais trágico e, apesar disso, os média quase ignoram esta circunstância, convertendo em pequeno rumor o ensurdecedor grito de sofrimento de tantos civis inocentes.
Por seu lado, na antiga Birmânia, hoje Myanmar, o país vive sob o jugo de um regime ditatorial igual ou pior do que o iraquiano na era de Saddam.
Os exemplos multiplicam-se por esse mundo fora e se o discurso oficial da diplomacia e política externa dos EUA, que justificou a invasão unilateral do Iraque, fosse consequente e baseada em premissas verdadeiras, certamente que, muito antes do facínora shiita, outros ditadores teriam sido depostos pelos falsos arautos da paz e da democracia, sediados em Washington e Londres, enquanto estes apoiavam Saddam na guerra que empreendeu contra o Irão. Mas isso não aconteceu pela simples razão de que ou as ditaduras são subservientes aliadas dos EUA (como a Arábia Saudita e o Paquistão) ou, não o sendo, não albergam petrolíferas riquezas e outras fontes de prosperidade predatória que não são de enjeitar. Assim se erige o "Império do Bem" em torno do eixo anglo-americano.
Se as relações internacionais não fossem baseadas em desumanas relações de poder e de exploração económica, Kissinger estaria a apodrecer na cela de uma prisão (em vez de se passear no mundo em tenebrosas conferências) e Bush e Blair seriam os réus mais mediáticos do TPI, como criminosos de guerra responsáveis por terrorismo de Estado. O que lhes vale é que são eles que ditam as regras e vendem a pax americana. Além disso, à custa de tanta invocação em tomadas de presidencial posse, grafadas também no vil metal (in god we trust), a fórmula teocrática parece dar resultado.
Nesta reabilitação do espírito templário de Cruzada contra os ímpios gentios na sua própria terra, resgatar e preservar o Santo Graal / Ouro Negro, a utilidade da guerra radica na venda da paz e da democracia; e, nesta acepção de paz, o Sudão e Myanmar, por exemplo, nada têm a que os EUA possam deitar a mão. Por conseguinte, também fazer a paz é um investimento que só vale a pena se, com a graça de Deus, tiver retorno e lucrativo proveito. God Bless America!
Etiquetas: Política
3 Comments:
Mais um na moda... conheço alguém que te consegue explicar as raízes deste antiamericanismo primário...
Your website has a useful information for beginners like me.
»
Looking for information and found it at this great site... http://www.buy-ultram-online.info/Chinese_herbs_for_rosacea.html Loratab with depakote er drug interaction Laser eyesafe eyewear Muskegon michigan camping Worthington mortgage Ferrari 360 pictures Credit+debt+settlement Fiat ducato maxi seland arena fresno ca Babe bath tub rosacea and soap Buy generic tenuate medication Jensen jw 160r 900mhz headphones Md for rosacea Body builder girl teen prk+eye+surgery+oklahoma+city
Enviar um comentário
<< Home