4th of July
Os Estados Unidos celebram hoje o seu dia nacional. Porém, os genuínos apologistas do cosmopolitismo, da democracia e da justiça social, em todo o mundo, não têm motivos para qualquer festividade. O 4 de Julho devia ser dia de luto mundial, jornada de lamento global pelo sistema de dominação unipolar com que os EUA instauraram há décadas a desordem mundial e, com isso, têm tornado o mundo mais perigoso e onde é mais difícil subsistir.
Os episódios recentes comprovam-no invariavelmente: há um mês, George Bush viu aprovado um pedido suplementar de 120 milhões de dólares para as guerras do Iraque e do Afeganistão. Ora, os custos destes dois conflitos sem fim à vista já consumiram 600 mil milhões de dólares, valor que, segundo a ONU, equivale a 42 vezes a verba necessária para acabar com a fome no mundo; a 95 vezes o custo anual das principais vacinas para todas as crianças no mundo; a 5,5 vezes a dívida externa dos países mais endividados; a 3,5 vezes o orçamento da União Europeia em 2006...
Este é o polícia do mundo, que beneficia na sua hegemonia em lançar o caos político e em desestabilizar étnica, social e economicamente as outras regiões do planeta; que se compraz em ter cães-de-guarda (a CIA, a NATO e países alinhados, como a Inglaterra, a Austrália ou a nova aquisição polaca) a rosnar a todos os que procuram emancipar-se do terrorismo norte-americano e do parasitismo do FMI, da OMC ou do Banco Mundial. Este é o polícia do mundo que diz defender e difundir a democracia e a paz, usando-as como malévolo pretexto para invadir unilateralmente o Iraque com base na mentira forjada e colossal e ao arrepio do Direito Internacional; afinal, invocou os mesmos motivos aparentes que justificariam, de igual modo e por maioria de razão, a intervenção militar na Coreia do Norte ou no Irão, na Serra Leoa ou em Myanmar (Birmânia), no Paquistão ou na Arábia Saudita...
Oxalá se concretize, e o mais rapidamente possível, o princípio fixado pela História de que não há Império em ascensão que não tenha sido devorado pelo bálsamo do declínio!
4 Comments:
Respeito a tua opinião, mas não te esqueças qual foi o último país a acabar com um sistema colonial, ultrajante em todos os aspectos para milhões de seres humanos, sustentado por uma guerra colonial, que se estendia por dois continentes.
Caro António: não queiras comparar o incomparável, a saber, a guerra colonial portuguesa com a invasão unilateral dos EUA no Iraque. Ambas são reprováveis, mas a segunda atinge proporções mundiais inigualáveis e por culpa directa e evitável do polícia do mundo. Enganas-te se pensas que já não há colonialismo e que foi Portugal a última potência colonial... Tens de estar mais atento!
Abraço,
ALM
Oh, say can you see ...
Melhor ainda!
José, can, you see ...
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