Breves notas e diatribes (5)
1. No último debate do Estado da Nação, na Assembleia da República, José (Sócrates) Pinto de Sousa dirigiu-se ao líder da oposição repetindo-lhe que não recebe lições de quem quer que seja. Mas, senhor primeiro-ministro, desde que o senhor ingressou na Universidade Independente já todos sabíamos isso!
2. Os sinais que usamos na escrita têm imensa importância e não existem por mero capricho gráfico de alguém. Por exemplo, «pais» não é o mesmo que «país», nem um «cágado» foi visto «cagado», etc. Mas deixando a acentuação e passando agora para a pontuação, vejamos, a partir de um exemplo, como é enorme o poder semântico de uma vírgula, essa simples e pequena cauda cabisbaixa:
Se o homem soubesse o valor que tem a mulher ficaria de joelhos à sua frente.
É que estar a vírgula a seguir a «tem» é diferente de a deslocarmos para depois de «mulher», fazendo do locutor ou escriba uma pessoa grata ou um incorrigível... misógino!
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