Paz num filme «Gore»

Com efeito, a actual demanda de Al Gore não vai, seguramente, alterar substancialmente o sentido da evolução civilizacional do Homem, continuando as preocupações ambientais a figurar num plano secundário e subordinado a mais elevados imperativos de ordem económica. Suspeito mesmo que, e a julgar pela quantia milionária que cobra por cada palestra que faz, a mensagem de Gore é mais política do que ecológica: insere-se num negócio (hoje, tudo tem um preço!) cujo objectivo é, por um lado, o enriquecimento pessoal explorando um filão na moda; e, por outro, instaurar uma espécie de «capitalismo ambiental» baseado na produção e venda de tecnologia alicerçada em energias alternativas, enquanto os EUA continuarão a ser os maiores poluidores e consumidores de petróleo. Quioto não é um exemplo inocente...
No entanto, o que, em termos ambientais, ocorre no planeta por intervenção humana, com a destruição acelerada dos ecossistemas e da biodiversidade, não deixa de ser um crescente e irreversível horror e, por conseguinte, o mérito deste Nobel da Paz é lembrar a "verdade inconveniente" de que vivemos num filme, cada vez mais, «gore»!
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