sexta-feira, agosto 10, 2007

PIN: o assalto final ao território

Os PIN (Projectos de Interesse Nacional) são a iniciativa do governo Sócrates para a consumação plena da destruição ambiental deste miserável país, que persiste em fazer por não merecer a beleza e o património naturais que ainda vão pontual e heroicamente sobejando e resistindo à voragem da ambição e dos interesses de promotores imobiliários e construtores civis. Não se pode falar em «interesse nacional» quando o que está efectivamente em causa é o saque do território.
Os exemplos sucedem-se e, neste post, venho falar apenas de dois dos mais recentes. No concelho da Moita, a maioria comunista que gere a autarquia deu luz verde para a futura urbanização de terrenos agrícolas, integrada no que designa de "grandes projectos" para a Moita e contra a vontade de milhares de moradores e dos que aí exercem a actividade agrícola. Nem os lusos discípulos de Marx e Lenine resistem já ao sedutor apelo do vil metal!
O outro exemplo vem de mais a sul: José Roquette (os dois «tês» no apelido, herança monárquica, são de capital relevância para se compreender a nobreza azulada do sangue que lhe corre nas veias) pretende investir mil milhões de euros - tantos zeros até confundem! - na construção de um empreendimento turístico-imobiliário, o «Parque Alqueva», que, segundo afirmou este bisneto do visconde de Alvalade, constituirá um "legado para as gerações futuras". Também aqui o «interesse nacional» encobre o real interesse privado, pois tal legado, em rigor, será para os sucessores de Roquette e os dos investidores que o acompanham, aproveitando sabiamente o investimento público no Alqueva e a vantagem que a força do capital lhes dá para, através de um PIN, arrecadarem os muitos milhões de mais-valias simples que resultarão da mudança do solo rústico, viabilizada por este governo tão cioso do investimento que privilegia e beneficia uns poucos com a usurpação infame que resulta da obscena privatização do património que devia ser de todos. Mas o desbocado ministro Pinho já antes deu a entender que os «negócios da China» não são para proveito da arraia-miúda, qual ostensiva "raPINa"...
O acrónimo PIN significa, afinal, «Portugal Invadido de Nepotismo»!