Quando os abutres vestem sotaina
Os repetidos protestos populares, de norte a sul, parecem insuficientes para demover o governo em relação à sua insensível decisão de fechar urgências, SAP's, maternidades, esquadras e escolas. Todavia, perante o parasitário grasnar da hierarquia católica contra a não admissão de novos capelães nos quadros da função pública, aí o governo de uma espécie de engenheiro recua e prova que a sua concepção de laicidade do Estado tem a forma de uma cruz. Sócrates anda de cócoras face às despudoradas pretensões dos papistas (por onde andam os patriarcas Soares e Alegre?), mas, face às justas reivindicações dos cidadãos que trabalham e são efectivamente úteis ao país, Sócrates responde com a sua incomensurável arrogância e resoluta altivez.
Perante um doente, mormente os em estado terminal, um padre tem um efeito placebo e a sua presença serve até para indiciar o fim próximo e não apenas para encomendar a moribunda alma (tão distraído e surdo anda deus para com os que sofrem e nele crêem!). E, independentemente do direito à assistência espiritual, que está associado à liberdade religiosa que um Estado deve observar, o que aqui está em causa é pôr fim a uma situação obscena e de imoral conluio em que o Estado português - eu e os demais contribuintes - paga aos membros de um clero, o que agride e ofende a laicidade do Estado, os ateus e os tributários de alheios credos. Por outro lado, há muito que esta igreja italiana é beneficiada e privilegiada em relação às outras confissões religiosas legalmente reconhecidas e estabelecidas, fruto de uma vil e anacrónica Concordata: muitos voluntários hospitalares admitiram mesmo publicamente serem instruídos para ignorarem ou preterirem, na sua laica e nobre missão, pacientes de espiritualidades dissonantes da católica...
Que seja o Papa a financiar os seus serviços aos seus clientes - perdão crentes -, pois são estes que, supostamente, doam 70 milhões de euros para patrocinarem integralmente a ampliação do FátimaShopping. É caso para dizer que, para tratar da sua saúde financeira, a papal igreja exige a Sócrates que «trate da saúde» aos portugueses. Afinal, ao Papa o que é do Papa, a Deus o que é de Deus!
2 Comments:
Ó ALM,
trago-te as últimas da "Igreja italiana", tal como as recebi (transcrevo) da imprensa:
A Delta Cafés solicitou uma reunião com o Papa no Vaticano. Após receber a bênção do mesmo, o representante cochichou:
- Vossa Santidade, nós temos uma oferta. A Delta está disposta a doar 50 milhões de EURs à Igreja se Vossa Santidade mudar a frase da oração Pai-Nosso, de "o pão-nosso de cada dia nos dai hoje" para "o café nosso de cada dia nos dai hoje".
O Papa responde:
- Isso é impossível. A oração é a palavra do Senhor e não pode ser mudada.
- Bem, diz o homem, nós já prevíamos sua relutância e, por isso, nós aumentamos a oferta para 100 milhões de EURs. Tudo o que pedimos é que se mude a frase de pão para café.
Novamente o Papa responde:
- Isso, meu filho, é impossível. A prece é a palavra de Deus e não
pode ser mudada.
Finalmente, o homem da Delta diz:
- Vossa Santidade, nós da Delta respeitamos Vossa fé, mas nós temos
uma oferta final: doaremos 500 milhões de EURs para a Igreja Católica, simplesmente se a frase "o pão-nosso de cada dia" for mudada para "o café nosso de cada dia". Por favor, pense nisso.
E o homem retirou-se
No dia seguinte, o Papa convoca o Colégio dos Cardeais e diz:
- Tenho 2 notícias para dar: uma má e a outra boa. A boa notícia é que
a Igreja vai receber uma doação de 500 milhões EURs
- E a má notícia, Santidade, pergunta um dos cardeais.
Responde o Papa:
-Vamos rescindir o contrato com a Panrico ...
Mais um comes e bebes no Fátimashopping. Vinho e biscoitos logo pela manhã.
Abraço
MF
Enviar um comentário
<< Home