segunda-feira, março 31, 2008

A «abertura cubana»

Ventos de mudança sopram em Cuba. Parece que a sucessão no fraternal regime de Havana está a dar frutos, na medida em que Raul Castro tem denotado inédita predisposição para uma maior abertura e flexibilidade políticas a propósito de matérias que estavam ainda proscritas no tempo de Fidel. Com efeito, e sensível às novas tecnologias (terá ele ouvido falar no lusitano «plano tecnológico»?), Raul Castro autorizou ao seu povo o uso de telemóveis, computadores, televisores, vídeos e até - louvado seja! - microondas... Ao contrário de Fidel, o irmão mais novo, qual padroeiro da democracia, não teme a heterodoxia política que se insinua subversivamente por entre as ondas de televisores, de telemóveis nem de microondas! Por outro lado, a altruísta boa vontade e inusitado vanguardismo do mano Raul chegou ao ponto de passar a permitir que os cubanos tenham em Cuba acesso aos hotéis para estrangeiros, que antes lhes estavam vedados.
Atendendo ao pouco invejável poder de compra da generalidade dos compatriotas dos Castro, suspeito que o impacto mais relevante desta medida se faça sentir entre os forasteiros de visita à ilha caribenha: já não precisam estes de ter o incómodo de se ausentarem do hoteleiro conforto, pois nestas paragens de célebre turismo de alcova é restituído às cubanas o direito de frequentar a nacional hotelaria e similares, qual aplicação prática do princípio da montanha e de Maomé. Afinal, não se poderia esperar uma «abertura ao exterior» tão grande e significativa como esta!

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1 Comments:

Blogger Ai meu Deus said...

Agora entendo por que é que Portugal (onde o número de telemóveis é elevadíssimo, como se sabe, e aos hotéis têm acesso todos os portugueses, mesmo os que, por vontade própria certamente, dormem debaixo da ponte ou espalhados pelas ruas) é um país avançadíssimo...

11:23 da tarde  

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