terça-feira, abril 10, 2007

Mentiras fundamentais da «Paixão de Cristo» - 5

5. As versões fantasiosas de uma ressurreição inverosímil
A propósito da ressurreição de Jesus - dogma essencial e fundador do credo cristão - os quatro evangelhos divergem grosseiramente, mesmo que "inspirados pelo Espírito Santo". Senão, vejamos:
- em Mateus (27 e 28), duas Marias vão ver o sepulcro, ocorre um sismo, desce do céu um anjo que remove a pedra que obstrui a entrada do túmulo e senta-se nela, deixando os guardas "como mortos";
- em Marcos (16), as mulheres (não só duas Marias, pois Salomé se lhes junta) vão ao túmulo na intenção de ungir o corpo de Jesus; não há qualquer sismo, a pedra de entrada já está removida e dentro do túmulo encontra-se um jovem sentado à direita, não havendo rasto de guardas;
- em Lucas (24), são mais as mulheres (duas Marias, Joana e "as demais que estavam com ela") que levam unguentos; não há sismo nem guardas, aparecem dois homens que anunciam às mulheres que Jesus aparecerá aos discípulos em Emaús (e não na Galileia, como se afirma em Mateus e Marcos); Pedro constata pessoalmente a prodigiosa ocorrência;
- e, em João (20), há apenas uma mulher - Maria Madalena - que vai ao túmulo, mas sem a intenção de ungir o corpo de Jesus; ela não vê ninguém no sepulcro e corre a avisar não um mas dois apóstolos, que confirmam o sucedido; depois, enquanto Maria chora no exterior do túmulo, surgem dois anjos sentados, um à cabeceira e outro aos pés, no preciso lugar onde estivera o cadáver do crucificado, aparecendo então Jesus à mulher...
Não é preciso ser ateu para se concluir que estas passagens de divina inspiração não têm a menor credibilidade, tantas e tão graves são as contradições, sobretudo se se considerar que são textos supostamente escritos por testemunhas directas, redigidos num lapso de 30 a 40 anos entre eles. A inexplicável incredulidade dos apóstolos ante a notícia de uma ressurreição de que estavam avisados é ainda mais surpreendente quando se lê Mateus 27, 50-54: a humanidade de então denotava inimagináveis índices de estupidez para não ter crido em tal história de um mentiroso compulsivo, como parece ter sido Mateus (e os outros)!

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