quinta-feira, maio 11, 2006

Estado dubitativo - 4

Fiquei deveras perplexo, surpreendido, estupefacto, impressionado, admirado, estático e baralhado com o que Eduardo Prado Coelho escreveu no Público de anteontem, na sua coluna diária "O fio do horizonte". Sob o título "Trabalhos forçados", esta eminência da gelatinosa intelectualidade camaleónica nacional, num rasgo de lucidez e clarividência analíticas, critica o Ministério da Educação pela forma como despreza e subestima a classe docente. Por exemplo, veja-se este excerto:
«Pelo caminho que as coisas estão a tomar, assistiremos a uma barbarização dos professores cada vez mais desmotivados, cuja única obsessão passa a ser defenderem-se dos insultos e dos inqualificáveis palavrões que ouvem à sua volta. A escola transforma-se num espaço de batalha campal, com o apoio da demagogia dos paizinhos, que acham sempre que os seus filhos são angelicais cabeças louras. E com a cumplicidade dos pedagogos do ministério. Quando precisaríamos como de pão para a boca de um ensino sólido, estamos a criar uma escola tonta e insensata.»
E isto é apenas um excerto... Claro que EPC não descobriu a pólvora, pois até um mentecapto descortina intuitivamente que a ministra Lurdes e o secretário Valter dão fiel continuidade aos seus antecessores e têm a consistência político-administrativa da cera exposta a uma fonte de calor. Mas será que, ao contrário da ministerial senhora, EPC tomou conhecimento das condições de trabalho em muitas escolas? Foi uma indisposição momentânea ou houve zanga de comadres? Ou, se o tem, deixou caducar o seu cartão de militante do PS e/ou não tem actualizado o pagamento das quotas?
Algum setôr me pode tirar a dúvida?

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1 Comments:

Blogger Ai meu Deus said...

Meu caro semquorum,

faço notar que o gelatinoso EPC não culpa nem a Dª Lurdes nem o sr. Valter (será Walter?). Sub-invocando os seus (do EPC) preconceitos anti-pedagogia (não é ele o único a sofrer de tal mal:-)), são os "pedagogos do ministério" que ele ataca. Num outro texto mais antigo já EPC clamava à ministra (que fica, pois, de fora do ataque): cuidado com os pedagogos! acrescentando que a pedagogia não existe.

Se me permitisses a publicidade, remetia para um textículo que escrevi então sobre o assunto: está em http://aijesus.blogspot.com/2005/12/pedagogia-existe.html

Com um abraço.

10:35 da tarde  

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