sexta-feira, maio 12, 2006

A ONU ou a arte de pôr raposas a guardar galinheiros

Parece não haver remédio nem esperança na construção efectiva de uma ordem mundial justa e fraterna, antes cada vez mais pautada pela desordem que germina da incompatibilidade entre os interesses em confronto e que conflituam irresolúvel, vil e violentamente entre si. Assistimos à contínua agonia do pequeno grande moribundo a que só sarcasticamente se pode chamar ainda de Organização das Nações Unidas. E isso só nos pode tornar mais pobres e temerosos do instável devir que está longe de anunciar hossanas que resgatem a humanidade da sua própria autofagia. Vale-nos que, no caminho para o precipício, só nos aperceberemos do passo no abismo no momento da queda.
Desta vez, o pesar decorre da triste notícia que foi a eleição, na primeira volta da votação, da China, de Cuba e da Arábia Saudita para o novo Conselho... dos Direitos Humanos da ONU! Ou seja, puseram-se raposas a guardar os galinheiros. O Irão e a Venezuela não lograram fazer parte de tão benemérita instituição, talvez para o escândalo não ser absoluto. Porém, pode ser que o consigam no futuro, a par dos Estados Unidos, de Angola, do Sudão, do Nepal ou de Myanmar... Isto depois de, sob proposta cubana, terem sido suspensos os "repórteres sem fronteiras" da extinta Comissão de Direitos Humanos, com o beneplácito convicto da Líbia, da Arábia Saudita, do Egipto e do Paquistão.
O descrédito assume já proporções tão indisfarçáveis, que começam a sobrar razões para, em nome da Ética que ainda houver, ouvir o canto do cisne e dar o toque a finados das Nações Unidas! Paz à sua e às nossas almas!

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1 Comments:

Blogger morffina said...

ONU!!! Ó NÃO!!!!

7:46 da tarde  

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