quinta-feira, março 29, 2007

Diálogos imperfeitos - 2

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quarta-feira, março 28, 2007

Portugal dos pequeninos

A vitória de Salazar no programa «Os Grandes Portugueses», da RTP, não me causou perplexidade, pois trata-se de um resultado que já vinha sendo anunciado há semanas e tudo não passou de um concurso televisivo destinado a entreter aqueles que gostam deste género de programas (esta final não constou sequer dos 15 programas mais vistos), pelo que os cerca de 200 mil votantes estão a anos-luz de se constituirem como uma amostra representativa dos portugueses. Além disso, comparar personalidades de épocas tão diferentes com o intuito de distinguir laudatoriamente um deles, só pode ser fruto de um anacronismo retórico historicamente redutor, não estranhando que nos três primeiros lugares ficassem três nomes contemporâneos do século XX e relacionados entre si por um quadro político conjuntural, circunscrito somente entre as décadas de trinta e setenta.
É, portanto, flagrante a ausência de capacidade de distanciamento temporal por parte dos que intervieram telefonicamente - imbecil e falacioso critério de votação! - e assim ajudaram suplementarmente a financiar a RTP...
Mas há outra conclusão que me parece legítimo extrair deste concurso: os ideais de Abril têm fracassado e assiste-se hoje, 33 anos depois, a uma sociedade assimétrica e profundamente injusta, o que incute em milhares de portugueses um sentimento de desalento e desilusão face ao regime (supostamente) democrático em que passámos a viver. Este dado confere um significado simbólico a esta pírrica vitória de Salazar, tratando-se de um voto irreflectido de protesto (esquecendo que as virtudes do Estado Novo e do comunismo exponenciam muitos dos males da democracia, sob formas igualmente reprováveis de nepotismo, caciquismo, corrupção, injusta distribuição de riqueza, para não falar da eliminação de liberdades básicas, como a de expressão, opinião e associação), evidente na preferência por duas personalidades antitéticas e mitificadas na mútua oposição em que se erigiram durante 48 anos e ambas felizmente derrotadas pelos ventos da História.
Numa falência da razão, muitos portugueses parecem continuar a suspirar por regimes opressores, como o fascista e o comunista, mostrando vocação de escravos e uma menoridade cívica e política que se consubstancia em resultados destes: dar a vitória a figuras antidemocráticas mediante um escrutínio (aparentemente) democrático é descobrir que continua a haver um nostálgico e cobarde «Portugal dos pequeninos» e D. Sebastião já não está só!

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Legendar o silêncio icónico (38)

Só falta transferir as cadeiras para o 3º anel!
(E tirar aquela arvorezita da frente...)

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terça-feira, março 27, 2007

Dia Mundial do Teatro

A comédia...

... e a tragédia!

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Sacramentos com pés de barro / 2ª Parte

Mas, em «Sacramentum caritatis», Bento 16 vai mais longe e não vê com bons olhos a comunhão de cristãos não-católicos numa missa católica. E nisso tem razão, pois quem poderia compreender o 'ecumenismo desportivo' de, por exemplo, um Cristiano Ronaldo que, sendo do Manchester United, fosse fazer uma perninha no Desportivo das Aves? Nem as namoradas do jogador madeirense veriam isso com bons olhos!
Porém, a cereja no topo do bolo desta recente exortação apostólica é a importância de os confessionários (Deus não é, afinal, omnisciente e omnipresente!) terem que estar em lugares bem visíveis, naquela que será a recomendação mais eficaz para evitar (porque eliminar parece ser impossível!) subtis beliscões impróprios, pedófilas altercações ou outras investidas clericais menos católicas, fazendo as ovelhas do rebanho sentirem-se mais seguras. Aqui, o Papa faz mais pelo seu povo que a Casa Pia pelos seus alunos...
E, por fim, um comentário à insistência papal, certamente sob «inspiração divina» (o efeito do álcool não chegaria a tanto!), sobre as questões da arte e da beleza: arquitectura, pintura, música e escultura devem passar a ser preocupações básicas do prelado. Presumo que temos aqui uma óptima maneira de consolar as almas, saciar a fome aos indigentes e proteger as demais carências dos desfavorecidos - tudo se resolve com arte e muita beleza!


Concluindo esta dissertação, devo acrescentar que, sendo a papal igreja o Vaticano, os concílios, os sínodos, os conclaves, as conferências episcopais e a Cúria, estranho a existência de movimentos de leigos, como o pomposamente designado «Nós Somos Igreja»: é como se a estrutura hierárquica, segregacionista e elitista, não fosse o princípio que impulsiona o funcionamento desse credo cristão maioritário. Ou seja, é como se se esquecesse que a relação entre fiéis e classe sacerdotal se estabelece segundo processos coercivos de conversão religiosa e moral, e não na base de uma participação efectiva, livre e democrática - basta ver como decorre uma eucaristia católica!
Compreendo que aqueles que não se revêem na Igreja, sendo católicos, pretendam criar movimentos de influência para a modificar; contudo, omite-se o essencial: as decisões relevantes sobre os conteúdos doutrinário e ritual decorrem em lugares de onde estão afastados os leigos, os quais não têm lugar nem dominam os mecanismos obscuros de legitimação decisória e são tantas vezes desautorizados nas práticas correntes.
Mas quem ousa, sem ser excomungado, afrontar os porta-vozes de Deus e os pés de barro em que os seus sacramentos se movem?

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segunda-feira, março 26, 2007

Sacramentos com pés de barro / 1ª Parte

A Igreja Católica é a secular instituição que, sob a aparência de intuitos exclusivamente espirituais, oculta persistentemente a pedofilia praticada no seio do clero; discrimina oficial e dogmaticamente as pessoas pelo género a que pertencem (as mulheres não podem aspirar a mais do que «madres superioras» de conventos de freiras em irracional reclusão); regista uma biografia de horror e iniquidades ímpar na História; foi por diversas vezes dirigida por Papas debochados e dementes de mancebia, entre outros aspectos que completam um vergonhoso rol de obscenidades com que a Igreja de Roma se tem erigido e, paradoxalmente, afirmado. Reiteradamente, desde os primórdios de constantiniana benção e fundação, esta (des)humana instituição age no sentido contrário de prédicas que debita na opulência de santuários tão contrária à mensagem geral de humildade inscrita nos Evangelhos - seguramente, Jesus não seria cristão (religião fundada por Saul de Tarso, mais conhecido por «São Paulo») e muito menos católico!
Escrevo, pela enésima vez neste blogue, sobre esta empresa multinacional sediada no Vaticano, na sequência de um texto recentemente publicado, de nome «Sacramentum caritatis» e da autoria do neomedieval pastor alemão Ratzinger, ou Papa Bento 16: é mais um documento com a chancela dogmática de um bispo de Roma, que vem reafirmar posições católicas tradicionais, como a indissolubilidade do matrimónio (entre macho e fêmea, claro está!), a impossibilidade dos divorciados recasados poderem comungar, a oposição ao aborto e à eutanásia, a manutenção do celibato obrigatório do clero, e outros anacrónicos preceitos afins...
Como se já não bastasse o chorrilho conhecido de preconceitos acéfalos que a Igreja Católica inventa, alimenta e difunde, o actual Papa acrescenta que, doravante, deve o clero aumentar o uso do latim e do canto gregoriano (o padre Borga que se cuide!). Ora, se em português as litanias recitadas maquinalmente se constituem como fórmulas exangues e insípidas de semântica (Maria chega a ser «mãe de deus»!), mormente para leigos analfabetos e iletrados, imagino o esforço que passa agora a ser necessário para decorar as ladainhas em latim, faladas ou cantadas em solene coro gregoriano. A vantagem poderá ser que isso faça exercitar a memória, designadamente dos mais anosos crentes, auxiliando no combate ao Alzheimer em complemento com os jogos de Sudoku (credo, meu deus, que nome tão impúdico!). Mas percebe-se: ideias inanimadas recitam-se em língua igualmente morta!

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Complexo de Pinóquio (14) - o devedor

"Prometo que lhe pago amanhã, sem falta!"

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sexta-feira, março 23, 2007

Humores # 3

Quando o Papa Paulo VI veio a Portugal, vivíamos em plena época de ditadura do Estado Novo, sendo o Primeiro-Ministro Oliveira Salazar. O Papa perguntou-lhe qual o motivo de ter tantos ministros, obtendo a seguinte resposta do beato de Santa Comba:
- Mas, Sua Santidade, Jesus tinha 12 apóstolos e eu tenho 12 ministros!
Em 2008, quando o Papa Bento XVI visitar Portugal e perguntar ao actual Primeiro-Ministro para quê 40 ministros e secretários de estado, José Sócrates certamente responderá:
- Bem, Santidade, é muito simples: Ali Babá tinha 40...

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Primum vivere deinde philosophare - 38

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A Confraria de São Cifrão

Todos os anos, a revista «Forbes» elabora uma lista actualizada das personalidades com mais dinheiro. Bill Gates é, pelo 13º ano consecutivo, o mais rico (42,2 mil milhões de dólares!) de um rol de fortunas concentradas maioritariamente nos Estados Unidos (415 em 729). Em 2007, são 178 os estreantes, sobretudo indianos, chineses e brasileiros e, entre os repetentes, cerca de dois terços estão mais ricos que em 2006, validando a asserção de que «dinheiro atrai dinheiro».
Por outro lado, a lista deste ano assinala a emergência dos russos, com Roman Abramovich como o mais afortunado de entre eles, os quais devem o seu pecúlio multimilionário à exploração de petróleo, gás, minério e à cumplicidade com o regime de Vladimir Putin. Isto numa Rússia em que 20% da população vive abaixo do limiar de pobreza, onde 800 mil crianças - dados da Unicef - não têm tecto para se abrigar, a esperança média de vida dos homens é de apenas 59 anos e onde fracassou um programa de fornecimento de medicamentos a 8,5 milhões de doentes diabéticos, cancerosos, inválidos e veteranos de guerra esquecidos...
Por cá, Belmiro de Azevedo é o representante luso, que a «Forbes» coloca em 407º lugar: apesar de o patrão da Sonae ter aumentado a sua riqueza em 100 milhões de euros, desceu na lista 57 posições!
Acumulam-se as obscenidades decorrentes do paradigma capitalista e neoliberal, dominante no planeta, abençoadas por São Cifrão e constituídas numa Confraria de um escol que detem o monopólio do dinheiro. Cada vez se acentua mais o fosso entre os poucos que têm muito e os muitos que têm pouco e, por conseguinte, falar de justiça social, igualdade de oportunidades ou democracia num mundo tão assimétrico, equivale a dizer que Robin Wood e Zé do Telhado são criminosos sem remissão!

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quinta-feira, março 22, 2007

Dia Mundial da Água

Felizmente, o problema das alterações climáticas decorrentes da poluição atmosférica provocada pelo Homem tem sido abordado com insistência e constitui-se como uma preocupação crescente da agenda política internacional. Mas outro problema tão grave como esse e ainda relegado na penumbra da discussão pública, é o da destruição dos recursos naturais de água potável - o mérito do Dia Mundial da Água, que se comemora hoje, é o de alertar para esta outra questão que exige resolução urgente.
No relatório «Os 10 rios mais em risco a nível mundial», o Fundo Mundial para a Natureza (WWF na sigla inglesa) refere que as barragens, a poluição e as alterações climáticas são factores que concorrem conjugadamente para a morte acelerada de alguns dos maiores rios da Terra, pondo simultaneamente em causa o abastecimento de água e a preservação de espécies de peixes em muitas regiões do globo. Metade dos dez rios mais ameaçados estão na Ásia: o Yangtsé, o Mekong, o Saluen, o Ganges e o Indo; o que não surpreende, por se tratarem de zonas que sofrem das maiores pressões demográficas do planeta. Os restantes cursos de água desta lista negra são o Nilo (África), o Danúbio (Europa), o Murray-Darling (Austrália) e os americanos La Plata e Rio Grande.
E enquanto os rios vão secando, a humanidade continua, paradoxalmente, a... meter água! Até quando?

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quarta-feira, março 21, 2007

Dia Internacional Contra o Racismo

O futuro é a cores!

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Legendar o silêncio icónico (37)

Belo tríptico de elogio à misoginia!
(Não há duas sem três!)

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Dia Mundial da Poesia

Pirata

Nas raízes já longas da infância breve
intuí as ondas do mar em que me banhava,
conspirando na pueril vontade que se atreve
a embrenhar-se na imaginação que navegava,
solto na abnegação da tácita conquista
sulcando os oceanos da cândida aventura,
persistente nas rotas da líquida pista,
no encalço de tesouros em viril procura.
A idade esqueceu as ilhas em que ancorei,
qual tempestade que a ilusão maltrata.
Conservo os mapas da nostalgia que guardei,
adulto sedento da ingenuidade em que fui pirata!
Ovar, 31 de Janeiro de 2007.

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Dia Mundial da Floresta e da Árvore


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terça-feira, março 20, 2007

Complexo de Pinóquio (13) - a desiludida

"Nunca mais quero saber de homem nenhum!"

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4 anos de infâmia ou a pocilga de Bush

Faz hoje 4 anos que as primeiras bombas cairam sobre Bagdad e Bush iniciou uma política externa de conversão do mundo numa imensa pocilga.
Muitas diatribes contém este blogue contra o patético presidente estadunidense; em numerosos posts pude lamentar o carácter unipolar que marca a actual (des)ordem mundial, liderada pelo egocentrismo etnocêntrico dos EUA. Mas, felizmente, tenho vasto quórum nesta matéria e agora foi a vez da insuspeita revista «Foreign Policy», na sua última edição, traçar um diagnóstico concludente da pax americana e, concretamente, da imperialista intervenção unilateral, ilegítima e ilegal, dos EUA no Iraque.
Assim, com a guerra começada há 4 anos (a previsão era que durasse 3 semanas!) e muitos milhares de mortos depois, a «Foreign Policy» conclui que, entre outros aspectos:
i) os EUA fizeram do Irão uma potência regional, reforçando a sua influência com a aceleração do nuclear e enchendo os seus cofres com o aumento do preço de petróleo (passou dos 30 dólares, em 2003, para os 80, em 2006), para além de ver eliminados Saddam Hussein e os talibãs afegãos, principais inimigos do Irão;
ii) os terroristas concentraram-se no Iraque, convertendo Moqtada Al-Sadr numa poderosa e influente figura do xiismo, e a Al Qaeda e Bin Laden não só se mantêm vivos como inspiram os novos jihadistas;
iii) e a ONU ficou ferida de morte, demonstrando-se a necessidade de soluções multilaterais; a China é cada vez mais uma potência a crescer na sombra da brincadeira bélica que entretem os norte-americanos e os ditadores árabes viram-se aliviados das pressões democratizadoras.
O planeta de Bush é pior que um atoleiro: é uma imensa pocilga e ninguém denuncia que o ignóbil palerma do Texas é um cowboy mais perigoso que o HIV!

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Legendar o silêncio icónico (36)

Deves ter uma irmã muita gira, deves!
(O impagável mundo da bola...)

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segunda-feira, março 19, 2007

Primum vivere deinde philosophare - 37


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sexta-feira, março 16, 2007

Bonecas sexuais

São bonecas sexuais, réplicas quase perfeitas de corpos femininos esbeltos, com um padrão de verosimilhança assinalável. Apesar do seu preço - custam 5 mil dólares! - parece que estão a fazer sucesso entre muitos homens japoneses. A concepção, produção e viabilidade comercial de um tal objecto deviam merecer um estudo científico sobre a complexidade psíquica do ser humano, pois duvido, sinceramente, que a libidinal volição masculina se resuma a formas geométricas curvilíneas, sensorialmente sedutoras, e ignore todo um contexto existencial mais vasto de relacionamento intersubjectivo que inclua prévias regras de atracção.
Não creio que esses 5 mil dólares comprem o amor de um relacionamento afectivo, já que as bonecas são seres desprovidos de vida e de vontade, inanimadas que estão na matéria de que são fabricadas; tais objectos apenas têm para oferecer um orifício, uma textura e duas protuberâncias de dimensões à escolha, num demencial catálogo de preferências. Claro que a atracção e a sedução sexuais incluem a estimulação dos sentidos, mas transcendem-na devido ao princípio de que a forma não é suficiente sem um conteúdo também estimulante, para além de que a teoria behaviorista faz hoje parte do museu da Psicologia: o nosso comportamento reveste-se de uma carga simbólica e cultural e de uma intangível subjectividade que ultrapassam a mera padronização mecânica de procedimentos (o coito, neste caso) que não explica a profundidade de sentimentos e afectos.
Por estas razões, penso que a prostituição não é profissão posta em risco pela concorrência destes artefactos e, por outro lado, um homem que consume o acto sexual com um simulacro de mulher está no seu direito e faz parte da sua inviolável privacidade. Porém, ao fazê-lo, não será que também ele está a ser um simulacro de homem?

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Celibato


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quinta-feira, março 15, 2007

Foi Nossa Senhora!

Mais de um ano depois de ter sido raptada do Hospital de Penafiel, com apenas três dias de vida, a pequena Andreia foi finalmente localizada. Em Cernadelo, Lousada, família e vizinhança rejubilam de alegria e proferem hossanas: já foram rezar o terço a Nossa Senhora, vão no domingo ao «santinho de Beire», em Paredes, e está anunciado que a petiz será baptizada em Fátima. O caso não é para menos pois, não fora a ajuda da amiga da irmã Lúcia (que Deus a tenha em eterno repouso) - estranhamente, os media dizem ter sido uma cunhada da raptora a denunciá-la -, e o paradeiro da bebé continuaria por desvendar!
Andreia é a mais nova de sete filhos de Isaura e Albino e reencontra o seio familiar biológico, tão pobre que a falta de recursos económicos não proporciona condições condignas de habitabilidade e obrigou a que alguns dos irmãos estejam à guarda de pessoas que não os pais e a família está referenciada na Comissão de Protecção de Menores. Comparando com a casa em que viveu o primeiro ano de vida, é preocupante a mudança para o clima de indigência que vai encontrar na nova casa (ou casebre?)...
Já agora, deixo o seguinte repto ao povo de Cernadelo quando estiverem em Fátima a baptizar a resgatada Andreia: que peçam a Nossa Senhora que torne férteis as muitas mulheres estéreis que desejavam ter filhos biológicos e que poderiam sustentá-los sem dificuldade; que a santa senhora inspire o preenchimento de um boletim do Loto ao casal Pinto; e que aplique os seus conhecimentos de pedopsiquiatria para que o desenvolvimento psicomotor da pequena não seja perturbado. Ah! e questionem esse membro do panteão católico por que obscuras razões deixou que outras crianças, em tantos casos noticiados pela comunicação social, sucumbissem às mãos criminosas e negligentes de ignóbeis adultos (a Andreia nem sequer, ao que parece, estava em perigo).
É que, a julgar pelos pais da Andreia, não é só com dinheiro ou esmolas que se consegue a cunha para intercessão da omnipotência divina, pois o vil metal não abunda naquele humílimo e modestíssimo lar de Lousada. Talvez seja à força das ladaínhas proferidas... Pena que as potestades nos celestiais lares nem sempre as ouçam!

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Legendar o silêncio icónico (35)

A vida também imita (com defeito) a arte!
(A contemporaneidade da lenda de Galateia e Pigmalião!)

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Complexo de Pinóquio (12) - o político

"Vamos tomar as devidas providências!"

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Cinefilia / 1

"Little Children"
"Little Children" é a segunda longa-metragem de Todd Field e transcende uma simples encenação de relacionamento entre vizinhos: é uma atenta e sarcástica reflexão sobre a condição de adulto, a partir de personagens densos e pouco convencionais e reféns das suas obsessões. De facto, este filme comporta um olhar avesso às convenções sociais e instala um desconforto enraizado na banalidade da rotina entendiante e opressiva do quotidiano.
O título em português, "Pecados Íntimos" é particularmente perverso pelo sensacionalismo subliminar mais subordinado a critérios de marketing, não obstante as curtas cenas de sexo tórrido. Porque é de «crianças grandes» que trata o filme; são adultos confrontados com os dilemas da sexualidade na cumplicidade de "pecados íntimos" em ambiente de vizinhança de uma classe média americana: um pedófilo compulsivo (magistralmente interpretado por Jackie Earl Haley) e a sua carinhosa mãe idosa; um adultério refrigerador e bálsamo para a solidão entre uma mãe desajeitada e um desempregado acomodado na sua função de pai (Kate Winslet e Patrick Wilson); uma nova dependência sexual do marido ausente e potenciador da traição da esposa (Gregg Edelman); a frieza do alheamento conjugal pela subtracção afectiva e a voragem do ciúme e da suspeição (Jennifer Connely); o polícia antecipadamente reformado e consumido pelo fel da intolerância e recalcamentos profundos (Noah Emmerich)...
No fundo, desnuda-se no filme o artificialismo de relações sociais, com todo o seu cortejo psicológico de falsa moral (veja-se o diálogo feminino sobre o carácter de Madame Bovary), frustrante fidelidade e demencial perseguição do adultério.
É muito boa a direcção de actores e a composição das imagens, seguindo Todd Field a estratégia em voga de um entrelaçamento narrativo e fixando-se na crueza das interpretações pontuadas por uma voz off de Will Lyman portadora de uma ambígua serenidade que perturba. É claramente um argumento de "neurose mainstream", baseado no livro homónimo de Tom Perrotta, que constrói situações credíveis e de intensa complexidade. Todd Field dá-nos um olhar humano sobre as expectativas de felicidade que subestimam a felicidade que já possa existir.
"Little Children" é um filme interessante e que nos expõe como seres emocionais, cujos sonhos e aspirações nos podem castrar como pessoas, desocultando a radical fragilidade que nos define, nas margens da angústia e nas malhas da culpa que nos despersonaliza. A ver! [3 em 5]

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quarta-feira, março 14, 2007

Primum vivere deinde philosophare - 36

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Vícios privados

Em Fevereiro de 2004 iniciaram-se as obras da Cidade Judiciária em Caxias, no valor de 60 milhões de euros, as quais viriam a ser embargadas meses depois, em Novembro, por violarem o Plano Director Municipal de Oeiras. Agora, o Estado vai ter de indemnizar a construtora Teixeira Duarte pagando os 12,6 milhões de euros que esta reclama.
Este é um exemplo flagrante, entre muitos outros, do modo negligente como se gere a coisa pública e se fica impune. À época, Celeste Cardona era a ministra da Justiça e, como retribuição pela sua incompetência e péssimo serviço público prestado, cumpre actualmente um «exílio» dourado na administração da Caixa Geral de Depósitos. Assim se avalia o mérito desta gente que destrói o sector público e lhe dá a reputação de ser ineficaz, ineficiente e onerosa. Com isso se esquece que a ex-ministra faz parte do séquito de Portas no liberal-conservador CDS e integrou os últimos governos de centro-direita, que tanto apregoam as virtudes do sector privado. Pudera!
Neste quadro de feroz neoliberalismo, até quando as públicas virtudes resistirão aos vícios privados?

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terça-feira, março 13, 2007

Super Publicidade

A publicidade gráfica da Super Bock é ilustrativa do melhor que se faz em publicidade em termos de criatividade e do bom gosto com que simultaneamente se seduz o consumidor e se potencia o humor e a boa disposição, falando a brincar de coisas sérias. O catálogo é já extenso e marca um estilo muito próprio, de que este é o último e mais um feliz exemplo. Obrigado à Unicer por colorir tão bem os dias com tão simpáticas e imaginativas louras, ruivas e pretas. Cheers!

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Ficção e utopia

Na generalidade dos filmes e séries televisivas, em particular as «made in USA», a preocupação de não afrontar a sensibilidade do espectador médio e assim salvaguardar as receitas - os critérios financeiros subordinam os critérios artísticos! -, produtores, argumentistas e realizadores seguem um preceito imperativamente consagrado: os maus da fita morrem no fim... Esta opção de epílogo desfavorável aos vilões satisfaz quatro objectivos fundamentais e interligados:
i) transmitir a ideia de que a morte é a saída que soluciona os problemas provocados pelo(s) maldoso(s), encerrando-os definitivamente;
ii) sugerir um sentido falacioso de justiça na qual a anulação, eliminação ou permanente ausência do infractor pressupõe a erradicação da prevaricação;
iii) respeitar uma inconsciente ou recalcada crença no sentimento cristão do juízo final, impondo a morte ao pecador/vilão como o desfecho incontornável e merecido para os seus pecados/vilanias (como Deus, o espectador é omnisciente, dispondo das «verdades» da trama narrativa);
iv) e satisfazer uma norma moral: o crime não compensa e, no limite, legitima e autoriza o fim da existência do prevaricador.
Ainda bem, para Bush e Blair, que estamos no domínio da estória ficcionada e não da história concreta, o que prova que a (sétima) arte não imita, necessariamente, a vida!

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segunda-feira, março 12, 2007

Registo

Em Nova Iorque houve o 11 de Setembro...
Em Madrid houve o 11 de Março...
Em Londres houve o 7 de Julho...
Em Bagdad há o 1 de Janeiro a 31 de Dezembro!

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Coincidência?

Ao consultar um mapa da cidade espanhola de Zamora, verifiquei que há, no seu centro histórico, uma artéria com o nome de «Calle del Magistral Error».
Não sei por que razão, ocorreu-me que foi em Zamora que Afonso Henriques assinou o Tratado em que viu reconhecida a independência de Portugal... Coincidência?

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sexta-feira, março 09, 2007

Perguntar não ofende!

1. No Oceano Pacífico, os peixes costumam irritar-se?
2. Quando uma árvore cai na floresta e não está ninguém por perto, será que faz barulho?
3. Uma coisa boa sobre os egoístas é que não falam das outras pessoas, certo?
4. Se tentares falhar e fores bem sucedido, qual delas conseguiste fazer?
5. E se não houvesse perguntas hipotéticas?
Tenham um bom fim-de-semana!

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Legendar o silêncio icónico (34)

Há perspectivas da realidade muito perigosas...
(Algumas são mesmo de perder a cabeça!)

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Complexo de Pinóquio (11) - o agente imobiliário

"... e em 6 meses vão colocar as infra-estruturas para a luz e para o telefone!"

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Incoerências jurídicas

No meio de tanta legislação, há consequências inevitáveis, como certas incongruências jurídicas materializadas em articulados legais contraditórios. Eis um singelo exemplo, talvez freudiano 'acto falhado' que revela uma matriz cristã secularmente entranhada:
Constituição da República Portuguesa
Artigo 13
2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
Código Civil (português)
Artigo 1577
Casamento é o contrato celebrado entre duas pessoas de sexo diferente que pretendem constituir família mediante uma plena comunhão de vida, nos termos das disposições deste Código.
Agora percebo a razão do legislador em entender melhor o lema ao contrário: «Todos iguais, todos diferentes»...

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quinta-feira, março 08, 2007

Dia Internacional da Mulher

Tenho dúvidas sobre a natureza das razões que presidem à efeméride de hoje...

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'Flexipoupança'

Consequência do paradigma económico vigente, a globalização imprimiu dinâmicas de mobilidade laboral inéditas e que exaustivamente consolidam o pressuposto de que os empregos já não são para a vida. A precariedade é filha da 'flexipoupança' (disfarçada cinicamente pela eufemística 'flexigurança'), traduzida na selvagem demanda de vantagens competitivas, incremento desenfreado de produtividade e cega acumulação de lucros.
Ora, este modelo faz com que o futuro dos trabalhadores não seja já coincidente com o futuro das empresas nem faça parte das preocupações destas, mesmo que pontuais e desgarrados gestos de filantropia procurem dissimular essa indiferença. Ou seja, os actuais contextos económicos impõem a ideia de que o emprego não representa já um factor de estabilidade e segurança.
Mas, então, são agora poucos os motivos que estimulam a produtividade, dada a ausência de vínculo laboral sólido: se o futuro dos trabalhadores não consta das preocupações das empresas, como se quer que o futuro das empresas conste das preocupações dos trabalhadores? Se o crescimento do PIB é para engordar os cofres dos bancos e de outros grandes grupos económicos, que razões têm os trabalhadores para se sacrificarem? Para quê o empenho em criar riqueza, se não há equitativa distribuição da mesma?

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quarta-feira, março 07, 2007

Descalçar a (b)Ota

O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, declarou, em Novembro de 2005, que o novo aeroporto da Ota, em Alenquer, vai criar 5600 novos postos de trabalho, metade dos quais directos. Mas nessa estimativa do empreendedor governante estão já descontados os postos de trabalho (directos e indirectos) extintos com o encerramento do aeroporto da Portela? Os novos postos de trabalho representam um puro acréscimo de empregabilidade?
É que a viabilidade económica de um futuro aeroporto da Ota implica o fim do aeroporto da Portela (que emprega directamente 12 mil trabalhadores!) e, por outro lado, estamos carecas de saber que a criação de novos postos de trabalho não corresponde necessariamente a mais postos de trabalho ou a uma redução proporcional na taxa de desemprego. E isto, demagogicamente, Mário Lino não esclareceu e, presumo, não esclarecerá, como bom membro do governo de Sócrates que é!

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terça-feira, março 06, 2007

Museu de horrores

Não censuro a intenção do presidente da Câmara de Santa Comba Dão, de querer criar um espaço museológico sobre Salazar, desde que não tenha intuitos de nostálgico proselitismo e sirva de centro de estudos sobre o Estado Novo; ou seja, desde que um tal museu se constitua como plataforma científica de arquivo e investigação historiográfica de um período de má memória da biografia recente de Portugal. É fundamental constituir as bases do futuro sem escamotear a memória do que passou, até para evitar pretéritos erros cometidos e para, em contraponto, estimular nas consciências o importante traço mnésico de efemérides como o 25 de Abril. Com tal atitude, pratica-se uma democracia consequente, a qual deve funcionar como espaço de liberdade e de exemplo que, curiosa e paradoxalmente, o ditador beirão não permitiria no tenebroso tempo em que infelizmente dirigiu censória e hediondamente os destinos do império...
Se esse projectado estabelecimento não representar um santuário encapotado destinado a homenagear Salazar e glorificar as patifarias autocráticas do seu regime, então a função cívica dessa iniciativa é inquestionável. É que mal vai uma sociedade que diz defender a democracia e, contraditoriamente, combate o dogma e o preconceito com... outros dogmas e preconceitos!

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Complexo de Pinóquio (10) - o dentista

"Vai ver que não vai doer nada!"

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Ipsis verbis [1]

"Agora, ele é um verdadeiro actor de teatro. Anda a correr nu de um lado para o outro. Eu teria medo de correr no palco sem nada vestido. É que um homem pára de correr e há algo que continua a mexer-se!"
- actor Michael Gambon, in Time
[referindo-se à actuação de Daniel Radcliffe (intérprete de Harry Potter no cinema) na peça de teatro Equus, de Peter Shaffer]

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Legendar o silêncio icónico (33)

Isso aumenta, em muito, o número de utentes!
(A placa de baixo até seria dispensável...)

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Humores # 2

Um engravatado entra na lojinha do Abdul, no Martim Moniz, em Lisboa, e olha com desprezo para o balcão pequeno e escuro, as roupas penduradas em ganchos. Abdul irrita-se com o desprezo do tipo e resmunga:
- Está a olhar para a loja do Abdul com cara de parvo porquê? Com esta lojinha, Abdul tem apartamento em Cascais, tem apartamento em Algarve, tem casa no Chiado, tem quinta no campo, tem filho a estudar medicina nos Estados Unidos, tem filha estudando moda em Paris... Tudo só com lojinha!
- Eu sou fiscal das Finanças!
- Muito prazer! Eu Abdul, maior mentiroso do Martim Moniz...

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segunda-feira, março 05, 2007

Democracia de ananás e abacaxi

Dizem-se paladinos da defesa e difusão de valores civilizacionais supremos e elementares, como a liberdade e a democracia. Porém, uma análise mais atenta da realidade política interna revela, afinal, que os EUA estão longe de ser um paradigma exemplar no exercício das liberdades (veja-se o «patriot act») e mesmo da democracia...
Com efeito, a eleição do presidente dos EUA - actualmente, a pessoa mais poderosa do mundo - reveste-se de contornos obscuros e preocupantes, que põem em causa a transparência, credibilidade e idoneidade de processos autenticamente democráticos. As pessoas que se candidatam ou são milionárias ou estão inteiramente dependentes da recolha de fundos e, logo, de uma poderosa rede de interesses privados. Nos "states" não há financiamento público das campanhas eleitorais, o que faz dos putativos eleitos genuínos títeres ao serviço dos gigantes empresariais que os patrocinaram na corrida ao lugar, pervertendo os mais básicos ideais que constituem a essência do regime democrático.
Já não bastava o sistema norte-americano impedir a vitória do candidato mais votado (recorde-se a primeira eleição de Bush, frente a Gore), em virtude de um errado sistema de círculos uninominais, e há ainda que acrescentar a influência corrosiva do dinheiro. Infelizmente, é esta a potência que impõe a sua hegemonia e, mais uma vez, os candidatos que se perfilam ao lugar do inominável Bush, democratas e republicanos, são tão diferentes entre si como um ananás e um abacaxi: a mudança far-se-á sempre na continuidade, em versão mais ligeira (democratas) ou agreste (republicanos), no quadro de uma sociedade hipócrita, inculta e conservadora.
Quem quisesse mudar os EUA ou não é candidato ou acaba com um tiro (in)esperado à clã Kennedy!

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sexta-feira, março 02, 2007

O eixo do mal

Antipatizo com Bush e os ignóbeis valores que representa! Desde o primeiro instante considerei criminosa e terrorista a invasão militar no Iraque, uma acção inqualificável de arrogância e prepotência unilateralista que vil e infamemente desprezou o direito internacional e a ONU, sustentada numa colossal mentira (posse de armas de destruição maciça por parte de Saddam) acolitada por Estados cobardes, designadamente o Reino Unido de Blair, a Espanha de Aznar e o Portugal de Barroso.
Quem comunga deste meu ponto de vista é por vezes acusado de "antimericanismo primário" por parte de mentes comprometidas e imbuídas de uma perspectiva maniqueísta: reduzem a realidade sócio-cultural a uma etnocêntrica dicotomia bons/maus, nós/eles, amigos/inimigos da liberdade... Esta concepção visa criar uma bipolarização que legitime o apoio político-militar internacional às teses de intervencionismo pela força das armas.
Paradoxalmente, Bush e os "bons", em nome da liberdade que hipocritamente dizem defender, disfarçam episódios como Abu Ghraib, Guantánamo, massacre de civis inocentes (os tais "danos colaterais"), escutas telefónicas sem autorização judicial, etc., que consubstanciam, afinal, uma clara e flagrante regressão das liberdades, direitos e garantias dos cidadãos, dentro e fora dos EUA. Apesar disso, subsistem os avestruzes que insistem na defesa da ideia de que criticar a administração Bush e a pax americana é estar do lado dos (outros) terroristas. Como se justifica a inexistência de resoluções da ONU contra os EUA? Como aceitar que os EUA se demarquem do cumprimento de Tratados, Convenções e Declarações internacionais? Até quando a justiça de um TPI não abrange os cidadãos americanos?
Ora, compreender um fenómeno não significa justificá-lo e, por outro lado, criticar um dos lados não quer dizer que perfilhemos as ideias dos antagonistas, sobretudo quando, como os EUA, se cometem os crimes de que se acusam os outros: criticar Hiroshima, Nagasaki ou Dresden não quer dizer que se seja nazi ou fascista! Aliás, desconfio de quem acha que a moralidade se impõe e é exclusiva do seu campo de contenda.
Antipatizo com Bush pelas mesmas razões que me fazem antipatizar com a Al-Qaeda e todas as formas de ditadura e os valores que representam, porque censuro a arbitrariedade, a violência gratuita, oportunista e interesseira. O mundo unipolar continuará a ser uma desgraça global: se internamente os EUA não são um país que promova a liberdade, a igualdade cívica e a justiça social, como podem querer presidir e monopolizar a (des)ordem mundial?

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quinta-feira, março 01, 2007

Bandeira


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Questão de geometria

Geometria de Portugal: o nosso país é rectangular, tem problemas bicudos, discutidos em mesas redondas por bestas quadradas!

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Desventuras da Milu

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